segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O MENININHO




Numa das reuniões da Casa Espírita, alguém me contou esta história (acho que foi o Jhony Bernardo) e sempre me lembro dela quando ouço pessoas discutirem a profissão docente.

Uma rodinha de crianças conversava na hora do recreio, fazendo planos:
Marquinho - Eu vou ser advogado, depois um promotor ou juiz de direito, ganhar muito dinheiro.
Juquinha – Eu vou ser policial, delegado de polícia, prender bandidos, defender a cidade. Serei um herói.
Malu – Prefiro ser médica, salvar pessoas e ainda ganhar uma boa grana...
Assim foram falando, cada um, seus objetivos para o futuro: jogador de futebol, psicólogo, etc.
Só Joãozinho não falou... Até que foi perguntado.
- Eu vou ser professor, disse ele.
A risada foi geral.
- Você vai é morrer de fome, que ninguém dá valor a professor não, debochou o grupo.
E Joãozinho esboçou um sorriso de confiança e desafio, quando explicou:
- Eu vou ser um professor muito bom. Vou ensinar as crianças a serem boas, a agir e raciocinar com justiça. Com isso, não vai ter muito trabalho para advogados, policiais, juízes, promotores e delegados! Vou ensinar as pessoas a cuidarem melhor de sua saúde, diminuindo o número de doentes e de clientes para a medicina.  Vou encorajar as crianças a buscarem o esporte mais pela saúde do que pela competição, colocando o valor do futebol longe da especulação dos cartolas. Meus alunos serão confiantes, corretos, solidários; quase não vão precisar de psicólogos. Vou cumprir minha missão.
E todos saíram dali com outras idéias...

Sou professora. Concluí o curso de Magistério em 1984, na Escola da Comunidade Divinense. Trabalhei na área até assumir concurso público no Banco do Estado de Minas Gerais – BEMGE. Sou fã da profissão e amo ver a vocação nos ideais de jovens, como a Laurinha Breder. Ela escreveu: 

Para aqueles que nos criticam por ser professor ou por estar estudando para ser um professor, pense bem, a nossa profissão é que gera todas as outras. Acha que ser médico é um ótimo emprego? E se não fosse o professor, existiria o médico ? Claro que não, então em vez de criticar, parabenize uma pessoa que em meio a tantas profissões a escolher ele preferiu ensinar, educar, alfabetizar e principalmente letrar as pessoas !

Seu post no facebook me emocionou muito, porque um dia eu tive que abandonar minha vocação – e ainda construir outra vocação, novinha em folha, para trabalhar como bancária. Sucesso!


Izaída Stela do Carmo Ornelas


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