domingo, 22 de março de 2015

APRENDENDO SEMPRE




            



Nos últimos meses, estive presente em velórios de amigos e parentes. No meio da comoção geral, comecei a observar o sentimento, a dor, a morte. Perguntei o que é que poderia aprender disso tudo...
Quando percebi a sinceridade em cada olhar triste, em cada abraço, entendi: é preciso fazer diferença na vida das pessoas. Presenciei a despedida – temporária – entre pessoas que tinham entre si amizade, carinho, afeto, solidariedade. Consolador. Gostaria que meu velório fosse assim: com meus irmãos verdadeiros, de vida, mesmo que poucos.
Por intuição providencial, lembrei-me das pessoas que não terão este capítulo bonito em suas histórias. Sim. Quem nunca ouviu um “já vai tarde!” ou mesmo um “vou soltar foguete!” quando o falecimento de alguém é anunciado. Credo! Será que me enquadro nesse conjunto? Melhor colecionar amigos do que criar inimigos.
Aprendi num livro de Chico Xavier, emprestado pelo Gésus, meu companheiro de trabalho, a seguinte estória: “Um rei mandou que seu filho reunisse soldados e deu a ele mantimentos e riqueza, para que ele destruísse todos os inimigos do trono. Ao retornar ao palácio, o filho do rei tinha feito Justiça em todas as províncias do reino, distribuído os mantimentos, beneficiado as comunidades com o trabalho dos soldados. Havia selado a paz em todos os lugares. Não havia destruído os inimigos, transformou-os em amigos.” Guardei com carinho o ensinamento.
Este conhecimento foi repartido com uma amiga, que estava incomodada pelo som alto de seu vizinho. Contei a estória. Aconselhei-a a torná-lo amigo, a conversar e esclarecer, pois o conheço bem e sei tratar-se de boa pessoa. O problema foi resolvido. Aposto que até os outros vizinhos, beneficiados pelo som mais baixo, ficaram mais felizes!
Assim, decidi escrever esta crônica para pedir aos leitores destas linhas que tirem um pouquinho do seu tempo para fazer uma prece em favor destas pessoas que semeiam a maldade, a maledicência. Quando aparece aquele irmãozinho do mal na TV, quando cruzamos pelo notório antipático na rua, vamos fazer uma prece para que os corações destas pessoas se abram para o bem. Quem sabe nossas preces serão atendidas?

Izaida Stela do Carmo Ornelas





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