Muitas
vezes elegemos nosso próximo conforme nosso egoísmo. Assim... Nosso próximo
preferido é nosso umbigo.
Pensamos
em atender as vontades de nossos umbigos, como se fossem as nossas próprias
vontades. Rs. rs. rs. E deixa que o próximo real se dane... Que aquele que está
atrás de mim na fila espere além da conta, afinal, meu umbigo é o dono da
cocada!
E
porque meu umbigo é muito importante, se sente no direito de furar filas, de
ludibriar as pessoas de todas as formas possíveis, de ferir, de caluniar.
Pelo
poder de nosso umbigo, acreditamos que pessoas e coisas estejam sempre ao
dispor dele, porque nós não usamos as pessoas (somos bonzinhos!), mas nosso
umbigo não tem lá esse discernimento... Por isso é que a gente aprende a
substituir as pessoas como se estivessem numa fila, à nossa disposição. E
chamamos: “o próximo”.
Quem
será meu próximo? Foi esta uma pergunta dirigida a Jesus.
Quem
terá a “honra” de ser o próximo humilhado, ferido ou prejudicado pelo meu lindo
umbigo? Será o velhinho que tem que passar na rua porque bloqueei a calçada
quando estacionei meu carro do ano? Será a criança que vai escorregar na
embalagem plástica que eu joguei no meio da rua? Será o deficiente que não vai
ter acesso à vaga especial ou à acessibilidade porque meu umbigo precisava
parar ali “só um instante”?
Aliás,
meu umbigo desenvolveu uma técnica muito interessante para lidar com o próximo:
toma ares dignos, com aparente nobreza, e pergunta “você sabe com quem está
falando?” O próximo, acuado, se recolhe quando deveria perguntar: “Quem você
pensa que é, Deus?”
E
nós continuamos aqui, sempre muito confortáveis, escondidos atrás de nossos
umbigos.
Izaída
Stela do Carmo Ornelas
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