Neste final de ano me veio a lembrança de
pessoas que muito fizeram por Divino e nem sempre tiveram sua importância
reconhecida.
Comecei me lembrando de Seu Capucho. Ele
cuidava da limpeza das ruas, nos meus tempos de menina. As ruas eram sempre
muito limpas; ele fazia questão de varrer qualquer areia dos meio-fios,
recolhendo o lixo em sua carrocinha. Um pouco mais tarde, talvez pelo
crescimento da cidade, passou a contar com a ajuda de um burrico. E os
progressistas viam naquele cuidado artesanal um sinal de atraso: um cuidado
profissional era o que Divino precisava...
Tem sempre alguém vendo um defeito!
E o trabalho amoroso foi sendo substituído
pelo mero cumprimento de horas; o pagamento em dinheiro passou a ser mais
importante que o reconhecimento e que a satisfação de se fazer um bom trabalho.
Com tanto lixo nas ruas, ultimamente, penso
que não fomos educados o suficiente para reconhecer e respeitar o esforço que o
outro faz para nos servir! A maioria das pessoas não vê mal nenhum em jogar na
rua palitos de picolé, copos descartáveis, bingas de cigarro... Mas quando a
situação se acumula, percebemos que a falta de educação, em conjunto, traz
grande impacto negativo a todos.
Saudades do tempo de Sr. Capucho!
Depois me lembrei do Lourival Bernardes de
Mello – o Vavá. Quantas carteiras de identidade eu vejo, datadas de 05/05/2005,
quando ele promoveu uma Ação Global na Praça! Sem contar as crianças que ele
apresentou ao esporte e que se destacaram em nossa região... Além disso, levou
nossa cidade às manchetes da TV, promovendo as 50 Horas de Pelada.
A história continua... Tem sempre um defeito!
Não pretendo entrar em problemas pessoais, mas reconhecer méritos de ação
efetiva, como os que citei acima. Novamente, relembro: tem sempre um defeito.
Mas, depois dele, quem fez melhor? Quem fez, no mínimo, igual?
Qual é o maior defeito?
O Arraiá da Alegria, que se fundiu ao evento
da Exposição, era realmente uma alegria que Dona Débora nos proporcionava. Pra
quem não se lembra, era como se fosse o Arraiá do Sukata, mas acontecia durante
a semana toda. Tomava a pracinha do Asilo, divertindo sempre. E sempre tinha
uma festinha pro povo não se entediar. Mas tinha defeitos... E agora, no lugar
dos defeitos, não tem quase nada... Mas ainda tem defeitos.
Como o Carnaval vem chegando, senti saudades
do Bloco Só Falta Você, do Xaconóis, onde o falecido Jorge da Preta tocava
bateria, a Rosemary dançava e a gente aplaudia. Também tinha defeitos...
E como eu sou cheia de defeitos, vou parar
pra pensar...
Izaída
Stela do Carmo Ornelas.