Li
ontem que a maioria das cidades brasileiras não tem ações contra a homofobia, de acordo com
o IBGE. E ouso dizer que também não têm ações contra quaisquer outros tipos de
preconceito.
Dois
mil anos depois de Cristo haver convidado aos “livres de pecado” a “atirar a
primeira pedra”, as pessoas ainda parecem gostar de acusar, de apontar, de
colocar o olhar e o indicador em direção do outro, para que melhor se
esconderem na sombra de sua própria culpa, de sua tremenda ignorância. Tantas
escolas, templos, rituais... e o ser humano ainda não consegue acender uma
pequena chama no templo mais especial que o Senhor criou. Que templo é esse? O
egoísmo e a vaidade nos levam a pensar que esse templo é o nosso próprio
coração. Mas a verdade é: O TEMPLO MAIS ESPECIAL QUE O SENHOR CRIOU E O CORAÇÃO
DO OUTRO. Isso mesmo. Só através do próximo é que nossas ações chegam a Deus.
Por
que, então, discriminar? Por que tantas fobias: homofobia, xenofobia e outras
mais? Fobia quer dizer medo. Medo do que não entendemos, não conhecemos e –
pior – precipitadamente não respeitamos.
Racismo
e homofobia são preconceitos previstos em lei, criminalizados. E temos por
analogia que outras ações discriminatórias também o são, acompanhando a lógica
da Ciência do Direito. Assim, discriminar o nordestino, o espírita, o
afrodescendente, o homosexual, é crime. Crime inafiançável. Precisa ser assim
até que a humanidade evolua.
Existe
uma irracionalidade muito grande no crime de se discriminar um ser humano,
concordam? É porque estamos discriminando nosso próprio semelhante em função de
uma aparência, de uma exterioridade material que vai passar... Um caso
interessante, que ilustra bem essa efemeridade, esse caráter passageiro do
preconceito, aconteceu em Pedra Bonita. Os evangélicos de lá tentavam construir
uma igreja, mas todo o trabalho do dia era destruído durante a noite! Isso
aconteceu várias vezes! Hoje a comunidade evangélica de lá representa uma grande
parte da população, uma quantidade expressiva de pessoas. O preconceito serviu
pra quê???
Por
isso me sinto muito à vontade até pra brincar com esses estereótipos. Se me
chamam de macumbeira, de pichuim, acho até engraçado... Às vezes chamo algum de
meus filhos de, sem problemas. Carinho e respeito acompanham sabiamente as
palavras.
Entretanto,
confesso que tenho um preconceito muito grande em relação ao caráter das pessoas.
Alguns políticos, alguns cidadãos sem noção, amigos do alheio, pessoas sem
ética, são por mim evitados, confesso. São pessoas que trazem – e levam – o mal
em si, contagiando tudo o que não esteja orando e vigiando. Nesse grupo não me
importa se estão incluídos heterosexuais, homosexuais, religiosos de qualquer
denominação, brancos, pretos, ricos, pobres...
Lendo
novamente a informação do IBGE percebo que a maioria das cidades não tem uma
sociedade educada, respeitosa, solidária...
E
nós, habitantes destas cidades, temos um desafio muito grande. Precisamos
catalogar as pessoas de uma nova categoria: AS PESSOAS DE BEM!
Izaída Stela do Carmo Ornelas
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