domingo, 24 de fevereiro de 2013

O DIREITO DE NÃO REAGIR







A lei de ação e reação pertence à Física. Isso não quer dizer que seja uma obrigação, uma lei do relacionamento humano.
Quando aquela pessoa te insulta... Quando falam mal de você ou de um filho seu... Quando estoura a paciência, quando é a gota d’água ou chegou o fim da picada...
E uma voz, lá no fundo, te pergunta:
- Vai deixar barato?
O que você responde?
Difícil?
Pois saiba que é seu direito silenciar. É seu direito ser, assim, mais forte do que seu agressor.
É nosso direito exercitar o silêncio.
E não se trata de falta de humildade: é nosso direito mostrar o quanto do Cristo habita em nós.
Ter autocontrole é para poucos. E é uma decisão inteligente. Não revidar é não aumentar o mal, não dobrar a energia negativa no ar.
Trata-se do primeiro passo rumo ao perdão. Isso mesmo, aquele mesmo perdão que Jesus mandou exercitar setenta vezes sete vezes! E o quanto estamos longe disso!
Além do direito de não reagir, é seu o direito de manter sua alma em paz. A faxina que faz o perdão é também um direito, conquistado a duras penas: o esquecimento de si mesmo, a superação do orgulho e do egoísmo.
Devemos estar sempre tentando promover esse bem.
Não digo que não seja necessário esclarecer os fatos, botar em pratos limpos, essas coisas que libertam, porque a verdade liberta. Afinal, disciplina também é caridade. Ou seja, ensinar alguma coisa a esses irmãos maledicentes, com paciência e misericórdia, é cumprir as determinações do Mestre.
Um bom começo é ensinar pelo nosso próprio exemplo.

Izaida 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O PRÓXIMO DA FILA






Muitas vezes elegemos nosso próximo conforme nosso egoísmo. Assim... Nosso próximo preferido é nosso umbigo.
Pensamos em atender as vontades de nossos umbigos, como se fossem as nossas próprias vontades. Rs. rs. rs. E deixa que o próximo real se dane... Que aquele que está atrás de mim na fila espere além da conta, afinal, meu umbigo é o dono da cocada!
E porque meu umbigo é muito importante, se sente no direito de furar filas, de ludibriar as pessoas de todas as formas possíveis, de ferir, de caluniar.
Pelo poder de nosso umbigo, acreditamos que pessoas e coisas estejam sempre ao dispor dele, porque nós não usamos as pessoas (somos bonzinhos!), mas nosso umbigo não tem lá esse discernimento... Por isso é que a gente aprende a substituir as pessoas como se estivessem numa fila, à nossa disposição. E chamamos: “o próximo”.
Quem será meu próximo? Foi esta uma pergunta dirigida a Jesus.
Quem terá a “honra” de ser o próximo humilhado, ferido ou prejudicado pelo meu lindo umbigo? Será o velhinho que tem que passar na rua porque bloqueei a calçada quando estacionei meu carro do ano? Será a criança que vai escorregar na embalagem plástica que eu joguei no meio da rua? Será o deficiente que não vai ter acesso à vaga especial ou à acessibilidade porque meu umbigo precisava parar ali “só um instante”?
Aliás, meu umbigo desenvolveu uma técnica muito interessante para lidar com o próximo: toma ares dignos, com aparente nobreza, e pergunta “você sabe com quem está falando?” O próximo, acuado, se recolhe quando deveria perguntar: “Quem você pensa que é, Deus?”
E nós continuamos aqui, sempre muito confortáveis, escondidos atrás de nossos umbigos.

Izaída Stela do Carmo Ornelas




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