quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ASSIM NASCEU O PRECONCEITO...




    


Nasci e cresci na mesma casa onde moro hoje, no centro da cidade de Divino-MG. Olhando para minha história, que é bem semelhante à história de nossa comunidade, percebi que enquanto ampliamos nossos horizontes, neles enfrentamos uma sucessão de preconceitos velados.
Quando comecei a estudar, conheci o grande preconceito que havia – se é que ainda não há – entre os moradores da Praça e da Rua Nova. Os alunos da Rua Nova sofriam bullying incessante e as crianças da Praça se acreditavam superiores! Meus avós maternos moravam na Rua Nova, minha mãe era da Rua Nova.. Eu não conseguia entender bem a coisa e me sentia dividida...
Mais tarde, visitando cidades vizinhas, confesso que muitas vezes tive vergonha de dizer que era de Divino, porque sempre alguém dizia ser aqui um lugar de assassinos, de arruaceiros, de caloteiros, etc. “Mata um por dia”, “mata pra ver cair”, “dá nó em goteira”, etc. Vergonha alheia! Quem nunca? Todo divinense tem um “causo” desses pra contar!
Morando no Rio de Janeiro, nos anos 1980, me sentia triste quando alguns cariocas ficavam “tirando sarro” dos mineiros, porque lá somos tomados por caipiras, tolos e avarentos. O que há de verdade nisso tudo? É que tomam uma parte pelo todo! Alguns mineiros são caipiras, mas não todos. E as comparações levianas continuam!
Quem nunca foi vítima de preconceito, afinal?
Acredito que assim se sentem os sírios que se refugiaram em diferentes países. No fundo, pelas costas e na maior parte do tempo, são rotulados por terroristas... Sendo que poucas pessoas se preocuparam em conhecê-los, antes de julgar. Não aprendemos ainda, mesmo já tendo sofrido – e muito - com o preconceito!
A ignorância é mesmo uma péssima companhia e o medo, seu pior conselheiro! Se forem más pessoas, o ‘pecado’ é deles. Mas que cada um de nós não carregue consigo o grande pecado de não reconhecer Jesus no próximo.
Fé e amor são linguagens universais. 



Bem-vindas as famílias sírias que escolheram nossa cidade para viver!
Paz a todos. Salam.



Izaida Stela do Carmo Ornelas


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