Não posso estar em minha casa, pretendendo mudar a situação do outro lado do mundo. É, no mínimo, insólito. E nem precisamos ir tão longe... Quando olhamos a situação pelo lado de fora – aqui, mas como expectadores – vemos a hilaridade do nosso próprio comportamento.
A título de exemplo, me lembrei exatamente de um lugar em que estive encarnada. Desde pequena eu sonhava com aquele lugar; conservei sempre na memória o contraste de cores, a entrada do jardim, a alameda que terminava com vista para o mar...
Com nostalgia, chego ainda a sentir o cheiro do ar, das árvores, do mar... E não por acaso identifiquei esse local (foto), num domingo, na internet. Emocionada, chorando muito, percorri virtualmente aquela tão querida vila. E nela, o amado jardim, onde fui tão feliz.
Passada a emoção, a hora da verdade: não fazia sentido ficar ali, porque as pessoas que eu amei não estão lá... Na verdade, as pessoas que amei estão dentro de mim e, principalmente, meu espírito está aqui.
A doutrina espírita ensina a máxima de que “a caridade começa em casa”. A primeira casa que conhecemos é nosso eu, nosso coração. Em seguida, a família. O lugar do outro é o aqui do outro. Cumpre ser grato com meu lugar e não invejar o lugar do outro. É difícil manter essa posição. E ir adiante representa desejar um lugar legal para os outros, mesmo para seus inimigos. Nada mais lógico: se todos tiverem lugares legais, você fatalmente estará cercado de gente feliz e será “tragado” pela felicidade.
Como sabiamente disse um poeta, nunca pomos nossa felicidade no lugar em que estamos. Aqui reside o erro. Minha felicidade está onde estão meu tesouro e meu coração. Foi minha escolha colocá-la aqui.
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