quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma nova corrida do ouro


Cada vez mais me convenço de que o sucesso é algo ao mesmo tempo natural, pessoal e relativo. Seu caráter relativo faz com que sua conquista se desdobre numa imensa gama de possibilidades de interferência. Da conceituação pessoal de sucesso é que vai surgir a estratégia; a definição determina meios e fins para a realização de nosso intento. Eis sua relatividade.
Muitas pessoas procuram ferramentas que possam ajudá-las a melhorar suas condições de vida, seja no aspecto emocional, social ou econômico. Livros de auto-ajuda se multiplicam em grandes proporções, consultórios de profissionais da saúde mental estão sempre cheios, religiões se multiplicam, novas terapias alternativas aparecem, todos prometendo mágica e milagres! È dada a largada para a corrida do novo ouro: a pessoa.
Constatamos cada vez mais essa necessidade expressa de tantos indivíduos em mudar, em melhorar, em evoluir. Somos todos metais preciosos, presos ao entulho, à lama, à pedra sem valor... Precisamos ser lapidados, trabalhados, libertos como a estátua “presa” no bloco de granito. E somente uns poucos conseguem. Esses poucos dominam uma arte que tem mais valor a cada dia: a arte de trabalhar e intervir junto ao que chamo “material disponível”.
Há somente três elementos materiais que uma pessoa pode efetivamente trabalhar em seu próprio favor, ou mesmo em favor de outrem. São eles: eu, aqui e agora. A obra de arte que pretendo fazer de mim mesmo(a) vai depender do tratamento que darei a esse material. E também das ferramentas de que dispuser, bem como do grau de conhecimento em utilizá-las..

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Por uma gota




Me detive uns cinco minutos diante de uma livraria, disposta a comprar aquele romance antigo, de damas fascinantes e cavalheiros apaixonados. Indaguei o preço, mandei embrulhar... Enfim: comprei. O pacote ficou mal feito, mas não me importei. Naquele dia eu estava muito feliz.
Continuei a percorrer as ruas decoradas de vitrines, até que percebi um gotejar saindo de meu embrulho. Rasguei-o sem hesitar, excitada por saber como ocorria o fato de um livro pingar letras na calçada. Constatei que uma página – felizmente a última – estava quase vazia.
A princípio me desesperei, pedi ajuda, pensei em chamar a polícia, mas de nada adiantou. Comecei então a catar as letras caídas: aqui está o A, logo lá na escada vi o i – custei para achar o pinguinho que rolou para o asfalto. Ali temos o L, junto com o O, C e N. Será que já encontrei tudo? Não. O rapaz da sapataria veoi me entregar, meio amassados, outro L, outro A, um M e um E. Que confusão!
A esse pé de acontecimentos, já não me sentia feliz: estava furiosa.
Li o parágrafo de onde escaparam as letrinhas e logo decifrei a palavra MELANCOLIA. Droga! Ficar tão nervosa por causa de uma combinação de sentido tão medíocre...
Subi até o alto do Edifício Brasil e de lá despejei a ingrata:
............... M E L A N C O L I A
................ M E L A ....... C O L A
....................... M A N C O
........................ L O L A
.................E L A ......... L I A
...................M E L ... C A N O A
.....................M E L A N C I A

Que se espatifou de encontro ao asfalto.

Poesia


Poesia é uma ilha específica,
Rara. Só existe em um
Turb-ilha-ão.


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