sábado, 26 de maio de 2012

A VERDADEIRA FACE DO ESPIRITISMO





Após diversas indagações informais acerca do espiritismo...

Duas máximas se destacam na filosofia espírita: “Fora da Caridade não há salvação” e Amai-vos e instrui-vos”. Caridade plena é a expressão maior do amor a Deus, que habita em cada irmão. Amar e instruir são ações simultâneas, que têm como objetivo nossa construção moral através da humildade.

Em primeiro lugar, o espiritismo ensina o amor a Deus e ao próximo, conforme os ditames de Jesus. Assim, a prática e o respeito ao Bem se apresentam como forças incondicionais para a existência - e evolução - do ser humano. Além de ser um dever-direito garantido pela Constituição, o respeito a toda e qualquer expressão do Bem, é o grande distintivo entre o racional e o irracional, destacando o homem dentre outros animais.

Em segundo lugar, a ética espírita nos impede de evocar espíritos. Chico Xavier afirmou certa vez que “o telefone toca de lá para cá”. As várias cartas consoladoras que ele psicografou exemplificam esse fato. Por consequência, tem-se que a maioria de nós já ouviu relatos de alguém que tenha visto algum espírito, independentemente de sua vontade de ver. Assim, o fenômeno das comunicações e aparições, para nós, passa a não ter tanta importância... Importa a caridade, a evolução, o amor...

Porque, em terceiro lugar, o que importa mesmo ao verdadeiro espírita é o fenômeno interno, de sua reforma íntima. Partindo de uma reforma de si, adquirindo valores e virtudes, o homem estará melhor capacitado a melhorar o mundo, porque melhorou a si mesmo. E se tornará agradável a Deus.

De acordo com Alan Kardec, “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações.” O espírita apenas pretende fazer de si uma pessoa de bem, do Bem.

Uma casa espírita, finalmente, é muito parecida com uma escola: livros, mesa, cadeiras, quadro de giz. Não tem imagens, nem instrumentos musicais, nem incenso. E uma reunião se parece com uma aula. Na verdade, é uma aula para aprendermos a praticar e vivenciar as lições do Cristo.

Palavras de Jesus: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.

Do preconceito e da injustiça, inclusive!



                               Izaída Stela do Carmo Ornelas


sábado, 5 de maio de 2012

CÍRCULO VICIOSO




Moramos em um conjugado - alugado – na rua Voluntários da Pátria, em Botafogo. Viemos de um salário humilde – somemos os vencimentos. Tomamos dois ônibus lotados por dia – bem divertido; é lazer. Pagamos todos os impostos – atrasados. Usamos roupas de marcas famosas – como todos os outros casais de classe média/alta. Assim somos definidos. Auto-identificados...
Meu marido comprou hoje um jogo novo de cozinha igual àquele de novela. O velho eu reformei e coloquei no banheiro. Deu um toque muito original. Aproveitando o cartão de crédito oferecido pela loja, trouxemos uma nova geladeira, um colchão e um vídeo-cassete. Um luxo.
Concordo plenamente com minha vizinha ao afirmar que “nos dias de hoje cometer a loucura de comprar é uma necessidade”. Aproveito a necessidade de retribuir os presentes de meu marido para relaxar olhando as vitrines. Durante uma tarde em Copacabana encomendei onze vestidos, um Summer e seis jeans personalizados.
O aumento dos salários nos encorajou a adquirir uma cama nova, já que a outra fizemos de sofá e também um sofá, porque a cama era extremamente desconfortável. Acompanhando as peças, escolhemos alguns objetos decorativos que combinavam.
Na noite seguinte soubemos notícias sobre um aumento dos gêneros alimentícios. Pela manhã fui ao supermercado e trouxe quinze pacotes de comida pra cachorro. A moça garantiu que era bom. Mas não temos cachorro. Resolvemos empilhar no canto que nos serve de quarto, atrás do biombo japonês.
Passados três dias, dos vinte e oito metros quadrados ocupados, restavam-nos três: perto do fogão na cozinha, o espaço do vaso sanitário no banheiro e, naturalmente, a frontal da TV. Isso somente porque aguardávamos a chegada de alguns tecidos, produtos de beleza e tijolos tipo lajota.
Pela madrugada saímos pela rua. Felizes por ter a casa suprida. Entupida. Não mais trabalharíamos: aposentadoria. O tempo acabou passando. Pensando nisso ganhamos a areia da praia: nus. Ainda não havíamos comprado livros. Nem discos...

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