quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

EXPERIÊNCIA DE NATAL





Pedro Nava dizia que a experiência é um farol que ilumina para trás...
Acredito que é somente olhando para trás que conseguimos entender como e por quê estamos aqui hoje. Esse entendimento me parece uma boa base pra nosso amanhã.
Por isso, esta história de Natal. Um natal distante no tempo, mas que se faz personagem, sob a luz do farol da experiência.
Noite de Natal...
Duas crianças pequenas e muitas contas pra pagar... Na quebradeira geral que a região cafeeira enfrentou, no final dos anos 80, estávamos incluídos. O menino maior cutucava o pé da mesa, cabisbaixo, ainda sentindo muito a morte de minha mãe, no final de novembro. O menor, sem compreender seu primeiro aninho, sorria um riso distante.
Então chegou o Papai Noel. Eles souberam disso apenas por um barulhinho  - tec, tec – no telhado. E logo encontraram um saco cheio de presentes: muitos pacotes coloridos!
Que maravilha! Feijão, açúcar, sardinha... Que delícia! Um pião, um carrinho, um pacote de macarrão...
- Faz pra gente, mãe, que é presente do Papai Noel!
E os olhinhos brilhavam, de encontro à fartura de uma compra de mês, misturada a brinquedos simples e a muito amor.
Uma caixinha de giz!
E o menino maior foi até o meio do quintal, escrever no cimento, bem grande:
“PAPAI NOEL OBRIGADO”
Meu presente estava ali.


Izaída Stela do Carmo Ornelas

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