sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

AMADOS MOINHOS PATRIOTAS




A quem possa interessar...

Estranho amar um lugar...
Com o mesmo amor reservado às pessoas...
Exato nas mesmas alegrias – e dores!
Na confusão daltônica de cores,
No surreal encontro de cheiros e sabores...
Amor que causa frenesi e arrepia.
Onde nenhum sentido, nem razão,
Bastam ou explicam:
Bizarro em seu desejo,
Latente em sua pouca coragem...
E o amor proibido tende a crescer.
Torna-se o próprio céu sobre nós:
É o escudo e o dragão
Em relação.
O estranho não compreende
E o comum não percebe facilmente
Que algo Divino acontece aqui.
A busca plena dos amantes,
Proibida e coagida,
Fornece luz enquanto viva.
O estranho – aí - percebe facilmente
E o comum despreza,
No fundo de sua ignorância,
A vida que essa luz lhe dá.
Na covardia do amante que sonha,
Aconchega-se o elemento fatal.
O amor estranho por um lugar
Perde-se em perigos anunciados
Centrados em ameaças.
O lugar fica triste
E o comum percebe, enfim:
A luz do amor se enfraquece
E o amor do nobre Divino não foi
Escudo bastante...
O dragão fortalecido
No hálito das banalidades,
No rugido da burocracia,
Na sordidez da corrupção,
Vence.
Estranho torna-se o amante.
O comum, novamente ludibriado,
Dá gargalhadas,
Enquanto o dragão lhe alimenta
E lhe deleita os sentidos.
Dom Divino jaz ao lado...
Seu amor estranho
Seria diamante dessa terra.
E os moinhos de vento,
Quixotescamente,
Os trituram sem cessar...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PICUINHAS


A crônica deste mês me foi imposta pela sensatez.
Me senti obrigada a escrever, para oferecer aos leitores uma análise dos comentários dos últimos jornais.
Aqui escrevi o que li no coração dos divinenses. Todos estarrecidos.
Quanta picuinha! Ti-ti-ti, futrica, mau gosto...
Ao invés de irem “caçar serviço” e serem verdadeiramente úteis à comunidade, pessoas dos dois lados políticos preferiram se degladiar de forma inconcebível! Lêem o jornal não pra se informar, mas pra encontrar motivos pra suas picuinhas.
Pior ainda quando se escondem por trás do anonimato. São comentários absurdos! Tais pessoas se revelam à beira da irracionalidade, tamanha sua agressividade. Triste. Covarde. Irresponsável. Improdutivo.
Convido-as a suspender a polêmica e pararem pra pensar.
Durante o período em que cursei Comunicação Social, aprendi que um jornal é um veículo de divulgação de notícias. Deixar de fazer algo é notícia, tanto quanto fazer! Tudo que acontece ou deixa de acontecer merece registro. Imparcial.
O jornal informa o problema, dá visibilidade, serve como “voz” para o cidadão. Assim, perceber oportunidades na notícia é o que faz a diferença!
Quem muito se beneficiou desse conhecimento, por exemplo, foi Fernando Collor. Percebendo as denúncias da mídia em relação aos salários exorbitantes de servidores de seu estado, ele “correu atrás” e se tornou capa da Revista Veja como “O caçador de marajás”. Guardo até hoje esse exemplar da revista! Maestria em utilização dos veículos de comunicação, revertendo uma crítica em sucesso. Infelizmente, os propósitos de Collor não eram dignos do sofrido povo brasileiro. Se fossem, seria outra história.
Felizmente, por outro lado, existem pessoas que se ocupam em ler o jornal todos os dias, com olhos da alma. Seu motivo é fazer preces para as pessoas cujos nomes estão nas notícias. São religiosos de diferentes denominações: evangélicos, espíritas, católicos... Que bonito de se ver! Que exemplo pra se seguir! Será que algum leitor fez sua prece frente a alguma notícia?
Voltando a nosso assunto... Uma crítica é um degrau, pra quem sabe como subir. Serve para construir. E a melhor notícia pertence a quem faz melhor. Quem faz melhor substitui a prepotência pela humildade, a precipitação pela análise, o problema pelo projeto, o bate-boca pela ação.
Gostaria muito de ler, no Impacto ou no Campeão, que uma fábrica vai se instalar aqui e dar muitos empregos; que um Promotor de Justiça foi designado para Divino; que as ruas da cidade serão asfaltadas; que tudo aqui funciona às mil maravilhas. Entretanto, tenho certeza que ainda assim vão haver picuinhas.
O problema dessas picuinhas é que, enquanto a discórdia se instala, 20 mil divinenses ficam abandonados. Alguns com vergonha, outros sem esperanças, mas todos sonhando com dias melhores!
Aqui escrevi o que li no coração dos divinenses.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

VEREDICTO



Por minha culpa,
por meus desejos múltiplos em profusão,
razões de tantas faltas e falas
ainda dormem 
em seios soturnos.
A desordem e o caos, 
estão sacramentados
no brandir do gesto contra o outro...
Na sensibilidade animal vencendo o discurso...
E as relações se fazem em cadeia,
medo sucessivo, correntes e algemas,
caminhos a pés entrelaçados, tapetes, topetes.
Lembram misturas, velhas boticas, extratos 
sonhos e processos.
A primeira emoção assume-se: impessoal, contextual.
Culpa em substantivo e verbo.
Minha razão, pequena parte das fileiras,
ocupa aquela areia que cai lá na ampulheta,
seu tempo, espaço e fim. Fim.
Os elos delimitam minha extensão,
ditam meu repertório de possibilidades.
Dolorida privação
sem a peneira de privacidade.
Os gritos pesam-me as mãos.
E a máquina social funciona conforme o manual:
votado, testado, direcionado, conceitual.
Sendo Eros, Thanatos e Deimon.
Nutrindo e marcando a dor
Para daqui a...

domingo, 28 de novembro de 2010

A CHAVE

           

          Quando nos deparamos com as mazelas que compõem nossa cruel realidade, muitas vezes sonhamos com uma chave mágica, capaz de resolver tudo, de desligar o mal e acender o bem. Esta chave existe. Bem, o projeto desta chave está em execução: por diversos momentos, por variadas pessoas espalhadas mundo afora. E seu nome é respeito.
           Sua carência faz mal de modo generalizado: em nossas casas, em Divino, no Brasil, no mundo. Vemos todos os dias a falta de respeito ao esforço do cidadão que lutou, trabalhou duro e honrou o compromisso de seus impostos: dinheiro em roupa íntima, obras começadas e abandonadas, descaso com as instituições públicas, corrupção, omissão.
          Pior que isso, por ser mais profunda, é a falta de respeito à alma do indivíduo que nasceu negro, pobre, deficiente, gay; ou contra aquele que escolheu ser católico, evangélico, espírita, muçulmano... A humanidade e a religiosidade, que deveriam nos manter unidos, são as primeiras razões utilizadas para nos dividir!
           Verdade seja dita: não respeitamos, em parte porque não temos respeito nem o suficiente para nós mesmos! Isso mesmo! Também nós não nos respeitamos: glorificamos marcas, grifes e status de frivolidades, ao invés de privilegiar valores que não se deterioram. São valores colocados como “fora de moda”, porque vemos que a moda não comporta mais o amor, a amizade e a moral.
           Estamos sendo aos poucos escravizados pela cobiça, pela inveja, pela competição selvagem. E muitas vezes somos levados pela mídia a acreditar que tudo isso “é para o nosso bem”, estabelecendo uma ridícula inversão de valores. Por essa ótica, ladrão que tem dinheiro é “menos ladrão”, aceito e festejado nas rodas sociais; mulheres de conduta deplorável são convidada de honra em eventos do high. Nossos modelos são moldes deteriorados que oferecemos à posteridade.
           Assim, falta de respeito é a arma mais letal que já foi concebida na face da terra. Mata em guerras, mata em preconceitos, em depressões, em suicídios. E tornamo-nos assassinos. Mesmo inconscientes, não somos inocentes. Quando negamos uma palavra de conforto a alguém que nos procura, se essa pessoa cai em depressão, somos também responsáveis pela instalação da doença. Quando jogamos nosso lixo na rua e o entupimento de um bueiro lá adiante afoga uma criança, a culpa não é só do governo... Aprendemos e praticamos a irresponsabilidade. Ninguém mais é responsável por nada: a família não é mais responsável por amparar, nem o professor por ensinar, nem o aluno por aprender. Responsabilidade, que deveria ser orgulho, respeito a si e ao próximo, tornou-se uma “batata quente” que ninguém quer segurar.
           E ensinamos essa falta de respeito às novas gerações. Quando dizemos a nossos filhos que “comam tudo para ganhar a sobremesa”, somos duplamente eficientes: em estimular a gula, ao mesmo tempo em que ensinamos a chantagem. As mães orientais, nesse momento, falam a seus filhos do respeito que se deve às pessoas que plantaram, colheram, fabricaram o alimento... E nós sequer percebemos a bela lição!
          Felizmente, há pessoas que, feito formiguinhas, estão por aí praticando gentilezas, sorrindo, preocupando-se com o outro, levando luz e paz a contagotas. Mas, se pensarmos bem, a noite é mais bonita porque as estrelas se esforçam em conjunto para construir sua beleza.
A chave é construída com atenção aos detalhes, aos pequenos gestos. O respeito, para funcionar, deve entrar sorrateiramente em nossas vidas, para que ali se estabeleça de modo pleno.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DEUS




Entendo as pessoas de diferentes religiõess como sendo crianças nas diversas janelas de um prédio de apartamentos, observando um parque de diversões.
Cada uma delas afirma que o seu ponto de vista é o melhor... É o que me vem em mente quando penso no que Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas".
Um só Deus e tantas religiões!
Deus habita a maioria delas, todas onde Lhe é permitido entrar. Onde lhe é permitido "descer do ônibus". Aliás, uma guerra de cunho relifgioso já foi suspensa por causa de Pelé, que desceu do ônibus.
Infelizmente, quantas famílias entram em guerra... Quanto desamor é gerado...
Pessoalmente, não gosto da palavra religião. A etimologia da palavra pressupõe uma ideia de religação entre Deus e os homens. Ora, para se religar é preciso estar desligado! Não concordo. Não aceito a ideia de ter estado em algum momento desligada de meu Criador. Mesmo que os meus atos tenham sido os mais sórdidos, Ele não se desligou de mim.
E se a acepção etimológica for adotada para a análise, pior. Jesus exige que, antes de se ligar a Ele, é preciso estar em sintonia com meu próximo... Não existe, assim, uma verdadeira religião que exclua meu próximo.
Somos todos irmãos, tecidos no mesmo DNA da espiritualidade.
Sob qualquer denominação, o BEM é o código.


sábado, 13 de novembro de 2010

AMIZADE É A MAIOR HOMENAGEM

Recebi ontem um texto incrível, de uma pessoa batalhadora, amiga e sempre antenada com o futuro.
A amiga Maria de Lourdes Siqueira da Silva escreveu o poema a seguir em homenagem aos 80 anos da Escola Estadual Melo Viana, de Divino/MG.
Eu tenho a honra de veicular o sentimento e as idéias dessa professora tão querida, com ilustração cedida por Edson W. Carvalho.



O UNIVERSO DA ESCOLA
                                   Maria de Lourdes Siqueira da Silva
                                  

Escola Estadual “Melo Viana”
Grande e extensa para a geografia
Mas cabe inteirinha em cada coração
Numerosa, mas simples na realização
Caminhos variados. Mas amenos e floridos – cheios de paz e felicidades.
Escola – Reino da matemática
Onde todos sabem somar alegrias, diminuir tristezas, dividir amor, multiplicar felicidades.
É um reino musical onde todos sabem musicalizar as tristezas e cantar hinos à vida.
Ler na pauta do rosto a história de cada um
Decifrar os sonhos do outro na linha metódica do olhar.
Todos entram na ciranda da vida.
Atrás... adiante... cada um é o máximo daquilo que deve ser.
Um é presente do outro e hoje todos aqueles que estão aqui presentes recordam o passado através das doces recordações que hoje acordam em suas almas.
Saudade dos momentos felizes que passaram nesta Escola, desfrutando dos ensinamentos úteis e salutares dos abnegados mestres.
Fui aluna desta Escola e hoje como professora aposentada tenho orgulho pela grande participação a Comunidade Divinense.
Meus filhos e netos também estudaram nesta Escola e hoje se sentem realizados, pois ali eles receberam os primeiros ensinamentos para irem em busca de seus ideais.
Parabéns ao Diretor atual Edson Wander e aos diretores, professores e funcionários aposentados que merecem o nosso carinho pela sua dedicação.
Escola Estadual “Melo Viana” completando oitenta anos de existência!
Onde nosso passado hoje é um presente.


domingo, 7 de novembro de 2010

O SAPO: METÁFORA DA VIDA




O que é um sapo? - indaga-se Shakespeare?
O sapo é um dilema - insurge-se Platão.
Mas o sapo, neste caso, é um obstáculo, um intruso que se coloca entre a mocinha e seu príncipe encantado.
O príncipe, em nota oficial, afirma não ter "nada a declarar".
A princesa não está num de seus melhores dias. Prefere não opinar.
TPM, talvez - alfineta a madrasta.
É por isso que ela não terá uma grande dificuldade em vencer seus medos - concluo.
Não. Conclusão precipitada, de que opta por morder o sapo. TPM? Muita chance.
As escolhas das heroínas, entretanto, são dignas dos melhores livros de autoajuda.
Cinderela vence por engolir os sapos. A princesa vence por beijá-lo.
As perguntas se estabelecem à revelia do que ameaçava a esfinge.
Problema: Decifra-me ou devoro-te.
Sapo: beije-o ou engula-o.
A certeza: não importa o quê se faz, mas por quê.
Esta é a Lei. Este será o destino.
Um sapo coaxa.
Nasce mais uma criança para ouvir os contos.
São estórias "água-com-açúcar", passadas.
Águas passadas - se não movem - comovem moinhos.
Nova questão me intriga:
Quantos sapos há em Dom Quixote?


 

sábado, 30 de outubro de 2010

DIVINO PERGUNTA


Mais de um século se passou desde que a vila gerou minha semente de cidade. Muitos personagens desfilaram em minha história. Muitos filhos eu tive...
Eles aqui nasceram, se criaram com o produto de meu solo, se divertiram banhando-se em minhas cachoeiras. Se nutriram de meu sol, se vestiram com a riqueza que lhes pude oferecer. Banquetearam-se com meu gado, deliciaram-se em mim.
Hoje esses filhos blasfemam, repudiam sua origem divinense, porque sou pequeno, humilde e decadente. Como os pais humanos colocados em asilos, igualmente me sinto.
Onde estão meus filhos? Aqueles cujos estudos sustentei sonhando que fossem Juízes de Fora e buscassem para mim flores Viçosas. Acreditando que eles fariam mais Belos meus Horizontes, sarassem as enchentes de meu Rio em Janeiro e tantas outras coisas.
Com o fruto de mim fez-se o conhecimento em suas mentes. Com o conhecimento, a distância. Com a distãncia, o abandono - com gosto de escárnio.
Os irmãos remanescentes - abandonados à própria sorte, carentes de pão, de conhecimento. Abandonados mais e mais...
Apelo aos filhos de minha naturalidade apoio e atenção - a mim e a seus irmãos. No peito, saudade. Saudade de ação e de amor. No coração, esperança. Esperança...
Onde estão meus filhos?
Mas com certeza eles virão. De toda parte. E me tornarão Porto Alegre de prosperidade. Repartirão com cada irmão o Mundo recebido.
Aqui espero, meus filhos.

sábado, 23 de outubro de 2010

BONZINHO...



Maiakowsky escreveu:

Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor em nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
pisam nas flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.


A força maior do mal está na omissão dos bons.
Este é meu alerta para os bons divinenses, aos bons brasileiros.

Onde está a expressão do bem? Onde está a força dos bons?

Não é teoria da conspiração. É a mais pura verdade. Existe um movimento sórdido, planejado em detalhes, para o “esvaziamento” da razão dos bons. Ele começou na segunda metade do século passado e vem se arrastando desde então, permeando os mais diversos governos. Parece até tratar-se de uma sociedade secreta.

Primeiro, no que diz respeito à educação.
- Com tantos problemas, a gente dá um jeitinho e passa nossos filhos para a rede particular.
- Que se dane quem ficou, pelo menos eu não tive que me indispor com ninguém.
- Bom que eu tenho como fugir disso...
E o governo deixou de gastar com nossos filhos...


Depois, a saúde começou a degringolar. Exames demoram e os atendimentos deixam a desejar.
– Já que eu posso, vou contratar um plano de saúde.
– Compensa pagar um plano de saúde.
- Deixo de comprar muitas coisas, mas pago em dia meu plano de saúde!
E compensa mais é pro governo, que deixa de usar o SEU imposto em SEU benefício...

A seguir, veio a onda de privatizações, quando o governo vendeu empresas lucrativas a preço de banana. E deu uma banana pro povão. Corremos agora o risco de perder a Petrobras. Está nos planos da súcia.

O próximo passo previsto é o esvaziamento da previdência. Com “rombos” faraônicos, a panelinha que gerencia esse plano de esvaziamento pretende transferir a obrigação previdenciária estatal para os planos privados.

Claro que a sobra vai fazer uma verdadeira festa pra corrupção...

Acoooooooorda povo!!!

Vamos EXIGIR educação, saúde, emprego e previdência em contrapartida JUSTA aos impostos que pagamos.

É justo pagar religiosamente um carnê de INSS sobre X salários e aposentar-se com um valor muito menor? É como comprar uma TV digital de 42 polegadas, pagar por ela, e receber um aparelho comum de 20! É a farra do “só leva quem não paga”!

É justo manter em dia suas obrigações e ter que esperar tanto tempo pra fazer um simples exame? Se a gente deixa o imposto atrasado... Mas quando o governo deixa nossa vida atrasada...

O pior é que estamos deixando essa herança terrível para nossos filhos. Por isso a educação foi a primeira instituição a ser sucateada.

E aí, bonzinho....

Dá pra ficar calado???

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

UM DIA NA CASA ESPÍRITA


“Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei.” (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 20.)



Muitas pessoas têm vontade de saber o que se passa em uma reunião espírita. Em atenção a elas, nos propusemos a relatar aqui a rotina de uma de nossas reuniões, com honestidade e clareza – características de um texto jornalístico. Para que o leitor possa melhor compreender, faremos isso sob dois pontos de vista - o materialista e o espiritualista – que permitirão o didático recurso da comparação.



NARRATIVA MATERIALISTA

É segunda-feira. Um componente do grupo espírita se ocupa em limpar o salão, organizar os livros, filtrar a água e deixar pronto o ambiente físico para os estudos da noite.

Mais tarde, na mesma sala simples, às sete e quinze da noite, vemos uma mesa preparada para estudos do Evangelho. No cômodo ao lado, uma biblioteca oferece centenas de títulos de livros para venda, empréstimo e consultas. As pessoas vão chegando: algumas são freqüentadoras assíduas e adeptas do espiritismo; outras são visitantes e convidados, que se interessaram em conhecer a doutrina kardecista; outras ainda vêm por pura curiosidade acerca do desconhecido. São todos bem-vindos.

Música suave convida à meditação. Sobre a mesa, uma jarra com água, exemplares do Evangelho Segundo o Espiritismo e um livro de preces, onde são escritos os nomes das pessoas para as quais solicitamos uma atenção especial da espiritualidade. Como numa grande equipe com o objetivo de executar trabalhos escolares, todos se sentam à mesa e recebem um Evangelho.

Às sete e meia, uma prece inicial é feita pelo dirigente da reunião. Nessa prece pede-se licença a Deus para o começo dos trabalhos de estudo, em nome de Jesus. Alguém abre o Evangelho ‘ao acaso’ e lê o trecho que foi selecionado pela espiritualidade. O motivo da reunião é Jesus. Ali o diálogo respeita sempre a ética do Cristo, levando-se em consideração o que Ele faria em determinada circunstância. Todos participam com idéias, perguntas e experiências partilhadas. Os temas são variados: amar os inimigos, a necessidade da caridade, o emprego do dinheiro, a conduta, a fé religiosa, por exemplo.

Entretanto, o maior tema proposto por Ele é a nossa Reforma Íntima. É a partir da modificação de nós mesmos, tendo como modelo a vida d’Ele, que conseguiremos a melhoria do mundo. Começando com o que temos à mão, ou seja, nós mesmos, podemos desenvolver nossas qualidades e procurar um jeito melhor – e mais honesto - de lidar com nossos defeitos. É a verdadeira construção de nossa dignidade, a partir da desconstrução de nossos preconceitos e de nossa ignorância acerca de nós mesmos e, conseqüentemente, do mundo. Como o velho filósofo ensinava: uma educação de dentro para fora.

Oito e quinze. Intuitivamente, o dirigente solicita a um dos presentes que abra, ‘ao acaso’, e leia um capítulo de um livro de mensagens. O comentário final da espiritualidade sempre “fecha com chave de ouro” (licença para uso do chavão) o assunto em pauta, concluindo e convidando a novas considerações.

Uma prece encerra o estudo, pedindo a fluidificação da água que será distribuída aos presentes, agradecendo a oportunidade de conhecimento e o auxílio precioso dos benfeitores espirituais presentes. A água magnetizada pelas energias do estudo é distribuída a todos. Está finalizada a reunião, que costumamos chamar de ‘bate-papo com Jesus’.

A Casa Espírita estará aberta novamente para a próxima reunião.



NARRATIVA ESPIRITUALISTA

É segunda-feira. Durante todo o dia os mentores da Casa Espírita estão envolvidos com muito trabalho. Como anjos da guarda, eles cuidam do ambiente espiritual correspondente ao ambiente material e também de cada uma das pessoas que pretendem comparecer à reunião da noite. Problemas e cuidados ocupam o tempo, que passa depressa.

São sete e quinze da noite. Numa dimensão paralela à sala simples, vemos uma mesa preparada para estudos do Evangelho. A construção espiritual não é muito diferente da casa material que vemos. As pessoas também vão chegando: são desencarnados com toda a sorte de problemas, alguns acreditando-se ainda vivos, outros precisando de ajuda, de conselho, de energia, enfim, todos em busca de Amor. São todos bem-vindos.

Música suave convida à meditação. Às sete e meia, uma prece inicial é feita pelo dirigente da reunião, sob as bênçãos do Cristo. Alguém abre o Evangelho, conforme determinação dos mentores da Casa - ditada por intuição - e lê o trecho selecionado. O motivo da reunião é Jesus. Ele quer que todos recebam Sua Justiça, Seus ensinamentos, Sua mensagem.

Os ouvintes são variados: suicidas, assassinos, senhores de escravos, ladrões, hipócritas, enganadores, todos nossos irmãos. Todos feitos à imagem e semelhança de nosso Pai, como nós. Eles se sentem reconfortados na atmosfera de amor, de solidariedade e de busca de conhecimento que encontram. É mais uma lição de doação que aprendemos: nossas energias auxiliam no tratamento desses irmãos em dificuldades, como se a Casa fosse um pronto-socorro que os prepara para o atendimento num hospital especial.

Oito e quinze. O comentário final da espiritualidade é escolhido de modo a concluir o assunto e solucionar dúvidas que não tenham sido expressas verbalmente. Ao desencarnados são atendidos. Enquanto isso, uma equipe de benfeitores trata de avaliar o estado físico-espiritual de cada componente encarnado da mesa, a fim de colocar na água os elementos específicos necessários à saúde e ao equilíbrio do corpo e da mente.

Uma prece encerra o estudo, agradecendo ao Pai a oportunidade de aprender e servir. Bênçãos se expandem em busca das pessoas do livro de preces; dos presentes, de seus familiares, amigos e inimigos; dos necessitados encarnados e desencarnados que a espiritualidade houver - por necessidade ou merecimento - atender.

A Casa Espírita acolherá nova reunião.

sábado, 9 de outubro de 2010

QUÍMICA

"Por duas esferas azuis
de entre pétalas de borboleta" (Ferreira Gullar)


um átomo cedeu-se a outro
numa calma manhã de chuva.

Que pequenas!
        Que ínfimas!
               Que insignificantes partículas!
                       Azuis...

Nesse dia - mais tarde sem chuva -
esses dois cúmplices calculistas
planejaram um ato de fé ambiciosa
e se organizaram cautelosos
na estrutura simples de um botão:

Natural,
      contente de si
           e palpitante ao desabrochar
                    assim...

E tudo começou
por duas esferas azuis,
de entre pétalas de borboleta,
pintando aqui e acolá
                   flores.

sábado, 25 de setembro de 2010

VIDA REDUZIDA



Sinto que minha vida está sendo reduzida...


Reduzida a leis: não posso dar uma palmada em meu filho, não posso contar piada de judeu, não posso usar um véu muçulmano na França. É um conjunto expressivo de nãos dirigidos a nadas.

Esqueceram quem eu sou...

Esqueceram que disciplina é caridade, que rir é uma forma de reverenciar, esqueceram de que uma roupa não é uma pessoa.

Meu bom coração foi desprezado nessa construção.

E, pasma, constato que isso tudo está no papel!

Aprendi desde cedo que só uma lei não reduz: “A Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesma!”

Assim, me lembro de uma personagem de Bernardo Guimarães que chegou a uma fazenda para se casar. Ela se deparou com a impossibilidade de viver plenamente um casamento porque sua boa vontade “esbarrou” na rigidez do costume!!!

Quase um século depois, pouco mudou, e querem reduzir tudo. Só a aparência toma ares de evolução! Assim...

Tudo tende a ser reduzido, no intuito de que as coisas mais complexas assumam um caráter simplista que não possuem de fato.

Dessa forma, posso chamar um heterossexual de “veado”, sem problemas. Mas não posso dizer que um homossexual o é. Um moreno pode ser chamado de “tição”, mas não um negro. E assim por diante... Afastando-se a redução simplista, veja o que acontece: a contradição aparece! Você não pode “brincar” com a verdade! O respeito se torna uma aparência forçada...

E quanto ao “papel”, nessa inversão? Aí é que a coisa se complica deveras. Tudo existe de fato, mas colocar no papel... Impensável. Impraticável. Tabu. União homossexual, aborto, corrupção, por exemplo. São certezas-tabu que existem e que não se pode falar. Muito menos legalizar, colocar no papel. E a lista aumenta a cada dia... Por quê? Alguém me explique por que chegamos a tal estado surreal de inversão...

Pior é pensar no que pode ainda acontecer. Daqui a algum tempo haverá uma lei que me proibirá de tomar vermífugo, em defesa do direito à vida das lombrigas! A última lei será a de defesa das louras! Brincadeirinha?!

Com códigos plenos, reconhecidos e ratificados, o Estado invade meu corpo, minha mente. Ai de mim!

Estou farta de opinião cerceada, de direitos surrupiados de forma tão vil e sorrateira. Cansei dessa felicidade reduzida, dessa cidadania meia-boca.

Eu, Izaida, me sinto reduzida:



           IZ     AIDA

                       IDA

                  IZA

               Ai...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

FESTAS?!



 
Toda semana tem uma festa! Não uma festa organizada para se comemorar alguma coisa, mas um evento quase “profissional”, com ingresso comprado e bebida liberada. Embora a censura para esses eventos seja “18 anos”, é comum que menores ali compareçam. Nada de errado, até aí. O problema é o abuso liberado...

O uso excessivo de álcool, aliado à falta de segurança no local, cria um ambiente perigoso, que coloca em risco – desnecessário - esses jovens. O risco envolve tanto o uso de drogas quanto o uso de violência. No último final de semana, um menor foi agredido na saída de uma dessas festas, me colocando pra pensar: Por quê aquele menor estava ali? Qual a razão do sucesso desse tipo de festa?

A primeira questão envolve a permissividade geral da sociedade, centrada numa inversão de valores. Há a tendência a valorizar o “jeitinho”, em detrimento do politicamente correto. Assim, menores bebem, dirigem – inclusive causam acidentes - embriagados, sem habilitação e todo mundo acha “natural” coisa que, na verdade, não é. A verdade é varrida para debaixo do tapete. Sejamos imparciais. Nesse sentido, eles freqüentam essas festas com o intuito de beber o máximo possível, porque são encorajados a sempre “levar vantagem em tudo” e não levar desaforo pra casa...

Saudades do tempo das festinhas de quintal, com a vitrolinha de vinil tocando Lennon, paz e amor!!!

Espero que as autoridades, em especial o Conselho Tutelar, comecem a olhar isso tudo com mais cuidado, com menos omissão e mais carinho... Sim: carinho. Porque não se trata de punir, mas de educar com firmeza, segundo a máxima “ao próximo como a ti mesmo”. Não cabe proibir, pura e simplesmente, o que seria muito fácil - e tão danoso quanto a omissão. A questão é mais ampla e envolve esclarecer, amparar, incentivar o bem.

Aí esbarramos num problema: o que Divino pode oferecer a estes jovens, em contrapartida às festas de bebida liberada? Um cinema? Uma competição esportiva? Esta é a resposta à segunda questão: o sucesso dessas festas se deve à carência total de boas coisas pra se fazer. Na falta do que fazer, minha avó já dizia que mente desocupada é oficina do capeta!





Nós, pais e mães, precisamos urgentemente cobrar ações dessa natureza junto à sociedade, aos governantes e junto a nós mesmos. Creio que um mau exemplo fala mais do que mil bons conselhos. Cerveja é bom. Gosto de tomar as minhas, mas daí a abusar vai um longo caminho.

Temos de agir imediatamente. Afinal, pequenas coisas só se tornam grandes quando há oportunidade.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A ESCOLHA DA FELICIDADE

Cada um escolhe uma palavra e nela deposita sua felicidade.
Pouca gente percebe isso claramente...
Tem gente que escolhe amor, compaixão, trabalho, prazer...
Numa palavra cabe toda uma felicidade.
Felicidade, alías, deveria ser um verbo.
Porque no princípio era o Verbo e o Verbo habitou entre nós...

Experimente olhar essa figura de cabeça para baixo...

Que palavra é a sua?

Qual é o verbo-comandante do seu dia-a-dia?
É inveja? Egoísmo? Orgulho?
A minha preferida, neste momento, é RESPEITO.
Escolhi RESPEITO pra dar e receber!
Tendo RESPEITO e - principalmente - sendo capaz de dar RESPEITO, estou feliz.
Ah! E no caso de não recebê-lo, ainda tenho minhas reservas pessoais e me faço meio-feliz, o que nos dias de hoje não é pouca coisa, não!
Mas nada impede que eu mude minha palavra.
Porque os rumos da felicidades também mudam...
O que hoje é respeito, ontem foi humanidade e amanhã bem que pode ser dignidade...
O que hoje é chegada, amanhã é partida...
Que palavra é a sua?
Tudo depende de sua escolha...

sábado, 21 de agosto de 2010

PERSONAL ESPIRITUAL TRAINER


É este o nome que costumo dar a meus adversários.
Seja o implicante, a debochada, o pretensioso, a invejosa...
São todos meus "personais" que treinam - personalizadamente - meu espírito.
E olha que a malhação é pesada: paciência, tolerância, empatia, perdão...
Minha nutrição espiritual não dispensa alta dosagem de suplementos alimentares: oração, rezas, preces.
A fé, em todos os momentos, dita o compasso: da caminhada à corrida.
Assim meu espírito se prepara, contando com a colaboração de muitos...
E - como servir é Lei - também estou aqui atuando como Personal Espiritual Trainer de muita gente por aí!!!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

AQUI


Não posso estar em minha casa, pretendendo mudar a situação do outro lado do mundo. É, no mínimo, insólito. E nem precisamos ir tão longe... Quando olhamos a situação pelo lado de fora – aqui, mas como expectadores – vemos a hilaridade do nosso próprio comportamento.

A título de exemplo, me lembrei exatamente de um lugar em que estive encarnada. Desde pequena eu sonhava com aquele lugar; conservei sempre na memória o contraste de cores, a entrada do jardim, a alameda que terminava com vista para o mar...

Com nostalgia, chego ainda a sentir o cheiro do ar, das árvores, do mar... E não por acaso identifiquei esse local (foto), num domingo, na internet. Emocionada, chorando muito, percorri virtualmente aquela tão querida vila. E nela, o amado jardim, onde fui tão feliz.

Passada a emoção, a hora da verdade: não fazia sentido ficar ali, porque as pessoas que eu amei não estão lá... Na verdade, as pessoas que amei estão dentro de mim e, principalmente, meu espírito está aqui.

A doutrina espírita ensina a máxima de que “a caridade começa em casa”. A primeira casa que conhecemos é nosso eu, nosso coração. Em seguida, a família. O lugar do outro é o aqui do outro. Cumpre ser grato com meu lugar e não invejar o lugar do outro. É difícil manter essa posição. E ir adiante representa desejar um lugar legal para os outros, mesmo para seus inimigos. Nada mais lógico: se todos tiverem lugares legais, você fatalmente estará cercado de gente feliz e será “tragado” pela felicidade.

Como sabiamente disse um poeta, nunca pomos nossa felicidade no lugar em que estamos. Aqui reside o erro. Minha felicidade está onde estão meu tesouro e meu coração. Foi minha escolha colocá-la aqui.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

UM BOM DETECTOR DE MENTIRAS


As palavras têm necessariamente que caber na boca de quem as profere. É fácil, assim, detectar a mentira. Não basta ao enganador dizer, sem acreditar. Jesus ensinou que “a boca fala daquilo que o coração está cheio”. Se a boca fala mentira...


Vem alguém me dizer, por exemplo, que uma amiga minha afirmou que eu sou preguiçosa. Bom... Fecho os olhos e imagino aquela pessoa falando isso... As palavras cabem? As palavras encaixam naquele rosto amigo? A energia dessa declaração se assemelha à energia do que costumo ouvir dessa pessoa? Se alguma das respostas a essas perguntas foi “não”, esqueça o comentário! E se pelo menos uma das respostas for “sim” está aí uma boa oportunidade de ajudar, pois essas duas pessoas precisam de ajuda. Tanto quem fala, quanto quem “carrega” a futrica. Paciência.

Difícil também lidar com pessoas que vivem para a grande mentira que é a ambição. Aceitá-las como tal, quando nos são caras, dói muito. Entretanto, o desejo recorrente e/ou insistente que temos para que elas sejam diferentes atrasa tanto o nosso desenvolvimento, quanto o delas. Repito: o material disponível é o EU. Posso apenas colaborar, sutilmente oferecendo um conselho, um apoio. E preciso evitar que meu desencanto me afaste da possibilidade de servir, de ser útil. Afinal, Nada mais conta, quando se começa a contar...

Cabe equilibrar autoestima e humildade: não ser abalado por nada, mas estar sempre aberto a aprender com tudo.

sábado, 24 de julho de 2010

Vitórias, lições, etc.



Ontem foi uma noite atípica:
Formatura e jogo do campeonato! Mesmo horário!
Como não podiam estar nos dois lugares ao mesmo tempo, Murilo e Mário tiveram de escolher.
E de correr riscos.
Muito aprendi com eles.
Primeiro foram ao jogo. Futebol de salão, sete da noite. O time da Academia Oxigênio não poderia perder dois de seus atletas! Como ficariam Jefferson, Luan, André, Luiz e todo o resto da turma?
Atraso na partida, estresse, adversário competente, batalha árdua.
Na colação de grau o estresse era o mesmo. Onde estavam? Por quê não chegavam... Érika, Letícia, Perlinha... Cadê a dupla? Do Júnior, lá atrás, eu ouvia o pensamento! 
Miranda e Edson Wander não contiveram sua expressão intrigada.
Tio Joaquim quase desistiu da espera.
Lá quase pelas dez, chegaram ao clube: de tênis e meião, sem banho... Puseram a beca!
Como todos já haviam sido chamados, procedeu-se a nova chamada para os meninos.
Nesse gesto, muitas lições.
Amigos não se abandona...
Equipes são coesas porque são comprometidas...
O sucesso só tem sabor quando se compartilha...

Vencida a faculdade. Vencido o Nacional.

Eles escolheram tudo. Porque viver é tudo!
O risco de perder, que fique para amanhã...

Agradeço o aprendizado.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O EMAIL





Recebi um correio diferente, que prometia o recebimento de uma boa notícia com hora marcada.
Bastava fazer a prece sugerida, enviar a alguém, etc. etc. etc.
Não enviei a ninguém, confesso. Mas guardei a "figurinha", que achei simpaticíssima!
E não é que recebi mesmo a mensagem!!!
Repassei prontamente, pensando em beneficiar mais gente.
Soube que funcionou com algumas pessoas e fiquei convencida:



Pensamentos positivos constroem momentos, notícias, bênçãos...


Assim sendo, "a melhor maneira de melhorar o padrão de vida está em melhorar o padrão de pensamento." É o que disse
U.S. Andersen

Entenda-se “padrão de vida” por qualquer aspecto: moral, espiritual, mesmo financeiro. Pessoas que pensam o bem, atraem o bem. É consenso.

É o pensamento que constrói a aura da pessoa. Pensar o bem é como tomar um banho perfumado. A alma necessita dessa “limpeza” e é esse cuidado que impede a proliferação de doenças como a depressão.

Pensamentos e palavras são escolhas possíveis. Escolher boas palavras, bons sentimentos é o primeiro passo para uma construção que vai além do espiritual e que invade o mundo físico. Através do pensamento, tudo o que é positivo ou negativo transcende o mundo das idéias, enquanto energia, e se plasma no mundo físico.

Bons pensamentos se cristalizam em bons sentimentos, que fluem por palavras e ações evoluídas, éticas e extremamente agradáveis.

domingo, 4 de julho de 2010

SE ESSA RUA FOSSE MINHA...




Quantas vezes cantei “se essa rua fosse minha”, brincando de roda, não sei.

A criançada, trinta anos atrás, se divertia assim: no meio da rua, longe das tvs. Tvs, aliás, eram aparelhos que ralamente existiam e raramente “pegavam”. Se essa rua fosse minha, eu mandava emoldurar: um tempo em que só alegrias se estampavam.

A nostalgia se alimenta, ainda mais, de saudades, hoje: me dei conta da ausência de tantas pessoas que observavam nossa ciranda. Dia 24, completam-se 30 anos da morte de meu pai. E 2010 vai levando: “adeus cidade, adeus Maranhão”, adeus tanta gente do meu coração...

Primeiro foi Dona Lourdes, a incansável mãe, esposa, avó, professora, artesã, de quem eu acredito a melhor personificação da palavra DIGNIDADE!

Depois Tereza Belan, minha amiga“Terezinha de Jesus”. Esta, de uma queda não foi ao chão, mas acudida pelos cavaleiros do céu, foi costurar lindos mantos para Maria...

O Aminthas eu sabia tratar-se secretamente de super-herói - “Homem-martelo” - que defendeu a rua no episódio do assalto ao vizinho Vanelson. Quando eu o chamava assim, o riso dele vinha fácil, pois a amizade dele era assim: coisa descomplicada!

Agora Sr. Antônio Viana nos deixa. E mais um exemplo positivo me chega, na convivência de longa data. Quando eu passava pela casa dele, indo pro trabalho, ele dizia:

- Já vai pra prisão!!!

E na volta, cumprimentava:

- Já saiu da prisão, né?

Em minhas preces, tenho a certeza de que agora foi ele quem saiu da prisão. E está livre como são a verdade e a vontade do Senhor.

Nos versos livres de “Se essa rua fosse minha”, a certeza de que cada um deles é uma “pedrinha de brilhante” que ladrilha minha história.

sábado, 26 de junho de 2010

Bullying na escola: errando onde é preciso acertar


Muito antes do termo bullying ser utilizado, o preconceito nas escolas já se encontrava em estado de ebulição.
Por ter cabelo afro, sofri bastante esse preconceito. Na escola tinha os mais variados apelidos: desde o tradicional “bombril” até o original “pichuim doidado”, passando por “nega do cabelo duro”, conforme o comercial ou a música que estivesse fazendo sucesso na época.
Lembro de uma ocasião em que as professoras estavam inspecionando o cabelo dos alunos para identificar os que tinham piolho. Eram atendidas duas crianças por vez, numa salinha a portas fechadas. Em fila, esperávamos nossa vez. Saía um para a sala da direita: estava com piolho, recebia um pacotinho com inseticida e era mandado para casa, onde a mãe deveria aplicar o produto. Saía um para a esquerda: estava “limpo” e podia ir brincar no pátio.
Quando me chamaram, antes de que a professora olhasse meu cabelo, ouvi uma outra dizer:
- Hiiiii... Pode mandar direto para pegar o remédio!
Fui “examinada” e nada foi encontrado, porque minha mãe sempre teve muito capricho com essas coisas. Se olhassem meus olhos... Se olhassem meu coração naquele momento... Não contei nada a minha mãe, porque achei que ela não merecia sofrer a mesma tristeza pela qual passei. Aprendi a gostar de meus cabelos, de mim. Assumi com orgulho minha porção afro.
Quando me formei professora, o primeiro exemplo que eu jurei para mim mesma repugnar foi esse: o preconceito. E não guardei mágoa, nem fiz escova progressiva por muito tempo! Recentemente, exorcizando o preconceito reverso, estiquei as madeixas. Afinal, diferenças são apenas diferenças. Nada mais.
Nietzsche estava certo quando disse que o que não nos mata, nos fortalece. No meu caso, sai fortalecida: compreendi o quanto as pessoas que praticam o preconceito são atrasadas e precisam de ajuda! Infelizmente, muitas vítimas se recolhem, deixam-se abater, perdem sua autoestima e terminam emocionalmente “mortas”, por “fazer o jogo” do agressor.
Precisamos exorcizar o preconceito, que é o pai do bullying. A sociedade do estigma é a mãe...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MEDO MAIOR

Devido à repercussão da matéria Direitos, Deveres e Dignidade, publicada no site do jornal O Impacto, venho a público confessar meu medo maior: o de que a classe docente, na qual me incluo sob o MASP. 533158-2, entre num estágio degenerativo sem precedentes.

Uma série de outros exemplos – tristemente verdadeiros - de atos incompatíveis à importância do magistério me chegou ao conhecimento, no decorrer do diálogo com os leitores acerca da matéria. Tais maus exemplos estão na boca de todos, mas não podem estar no papel. Por quê? Não deveriam estar é no cotidiano das escolas, nas vidas de tantas crianças que têm seu futuro mutilado! “Ao vivo”, escandalizam muito mais!

Práticas incorretas precisam ser – de forma imparcial - identificadas, revistas e banidas!

Nesse sentido, conclamo a comunidade a promover uma urgente revitalização ética e moral, que exclua qualquer possibilidade de comparação pejorativa – presente ou futura – entre o professorado e os políticos. Já imaginaram que, daqui a algum tempo, pode ser necessário que a sociedade promova um “Ficha Limpa” dentro da educação? Então vamos impedir que isso aconteça. E para isso, não podemos “varrer a sujeira para debaixo do tapete”!

O enfoque principal está no combate ao “mau jeitinho brasileiro”, pelo qual se tem que “levar vantagem em tudo”, burlar a lei e prejudicar o próximo. Pessoalmente, me sinto humilhada por tais ações; tanto como mãe, quanto como professora. Para o enfrentamento da questão, não se pode assumir a postura do macaquinho que não vê, não escuta e não fala: porque o macaquinho pensa!

Tenho medo da omissão, que encobre os maus profissionais. Tenho medo da falta de diálogo, que é improdutiva. Tenho medo de quem não tem coragem de admitir e tratar erros, sejam éticos, sejam pedagógicos, quaisquer que sejam. Porque em todas estas (in)ações está a falta de amor...

Se dou importância à educação, é porque acredito estar na escola a panacéia para nossos males sociais. E continuo afirmando que o descaso da mídia é patente. Um exemplo basta: quando o Jornal Nacional escolheu veicular uma matéria sobre quem é o cabeleireiro do Robinho (24/05), ao invés de noticiar a greve. Neste episódio, percebemos claramente o que é colocado como importante...

Triste constatar que a sociedade dá mais importância ao dinheiro do que a seus filhos. Tanto que os cuidadores de papel, chamado dinheiro, são melhor remunerados que os formadores das novas gerações, que tomam conta do futuro da humanidade. Um sujeito de outro planeta se espantaria com o fato! Disso é feito o surrealismo. De espanto e de hipocrisia.

Ressalto o juramento de formatura das antigas Escolas Normais:



Prometo, no exercício do Magistério, cumprir os deveres a ele inerentes, conduzindo-me dentro dos princípios da sabedoria e do respeito à pessoa humana, na formação do educando, despertando nele a consciência dos valores que conduzem à grandeza do Brasil e à elevação moral e social da humanidade.”



Muitos cumprem; alguns sem ter sequer prometido. Vamos resgatar os outros?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A POLÊMICA DA (DES)EDUCAÇÃO

Postei em minha coluna do jornal O Impacto um comentário-desabafo-pedido-de-socorro intitulado Direitos, deveres e dignidade. A polêmica em torno do assunto criou um diálogo muito promissor. A greve já acabou, mas o alerta tem que persistir.
O texto diz o seguinte:

A greve dos professores da rede pública estadual revela um aspecto quase surreal da categoria.
Quase não há notas na mídia, não há repercussão do assunto; não há apoio da sociedade quanto à reivindicação. Um erro grave: calar a verdade é omissão.
O salário, realmente, é uma vergonha! Mas s sensação que, muitas vezes, tenho é a de que "pro que é, basta". Parece a paga justa - às vezes até demais - para uma parcela de professores. São poucos, mas incomodam, porque deveriam ser exemplo. E, infelizmente, não se mudam. Não evoluem e não são incentivados a mudar. Abrem precedentes para que outros façam o mesmo...
A valorização - urgente - da classe tem que acontecer como a educação: de dentro para fora. De dentro da comunidade docente, aflorando honestamente para a sociedade. só aí é que o professorado terá autoridade moral (termo cunhado pelo Professor Dr. Ziba) para justificar sua ação. Conquistar essa autoridade é condição prioritária. Afinal, a contrapartida à reivindicação de salário como direito legítimo é a dignidade do dever cumprido. Simples.
Não se podem admitir condutas indevidas, que só servem para denegrir o grupo. Cada um que tenha seu arbítrio livre, mas que respeite o outro, como a si mesmo. As boas e más atuações são reações em cadeia, que formam um quadro onde a sociedade vê o grupo: um retrato. Como é este retrato?
Vamos analisar imparcialmente. Comparada a outras classes de trabalhadores, a classe docente se comporta de maneira estranha, por vezes indigna, da função que exerce.
Quando o filho de um médico adoece, o pai o trata; quando o filho de um professor de escola pública vai à escola, geralmente o faz longe da escola em que o pai - ou a mãe - trabalha. O filho do cozinheiro come, preferencialmente, no restaurante em que seu pai cozinha, mas o filho do professor, em geral, frequenta uma escola diferente - e particular...
Quando um trabalhador falta ao trabalho, o empregador lhe desconta o dia não trabalhado; quando o professor falta, muitas vezes "assina o ponto", sorrateiramente...
Quando um empregado xinga ou humilha um cliente, é repreendido ou dispensado; quando um professor chama seu aluno de burro ou vagabundo, o assunto é tratado como fato corriqueiro...
Quando um médico erra, a comunidade médica o julga e pune; quando o professor erra, nada acontece... E os erros que ferem a alma são tão graves quanto os que lesam o corpo!
Assim, na escola, nossos filhos aprendem lições indesejadas: impunidade, fraude, corrupção!
Um exame de consciência de classe se impõe, em busca da dignidade perdida. Cada um é responsável pela sua parcela de imagem que compõe o conjunto.
Conto com os bons profissionais para que promovam essa revolução, tão necessária, rumo à valorização. Contem comigo sempre.
Confio na vitória desse bom combatte.
Espero que essa greve seja usada como um tempo de autoanálise e de crescimento para todos.

domingo, 30 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

EPITÁFIO



O dia termina com o pôr-do-sol e a morte põe fim aos meus dias com meu pôr-dos-olhos. Devo ter a sensação de que fiz o que pude! Busquei minha evolução incansavelmente. Lutei pelo sucesso de todos os que me rodeiam. Passo ao entendimento de tudo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O sonhador




Ele queria falar sobre como as palavras murcham e sobre como as pessoas deslizam sorrateiramente para dentro de nossos sonhos.
Ele queria falar sobre como as pessoas murcham e se transformam em palavras que deslizam sorrateiramente pelas páginas.
Em alguns parcos dias descrever todo um quadro de Dali, com o tempo deslizando relativamente em forma de relógio... Para dentro de quê?
De pessoas relativas e sorrateiras que escolherão o caminho para seu próprio tempo percorrer: de encontro à fé, para o nada, dentro de tudo...
Saudades.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

ÉRAMOS SEIS: teoria da matemática

Éramos seis as netas de Raimundo e Ana. E nunca havíamos contado...
Dias atrás, quando perdemos Patrícia de forma tão trágica, é que fizemos a conta.
Sobramos Maria Angélica, Flávia, Érika, Mariana e eu.
Deve ser por isso que tanta gente não gosta de matemática: as contas...

CONTAS


Contas. Coisas a pagar, coisas que devo ao mundo e a muitos que já não são deste mundo.
Contos que eu conto, tu contas, ele canta... E a vida se colore, a distância se encolhe, o corpo amolece enquanto a alma escuta.
Pessoas que contam, afinal de contas. Momentos que contam e que emolduram nossa existência como se fossem contas.
Verdes, azuis, cristalinas. São as contas do colar de toda uma vida.
Coisas que conto.
Contas que contam.


NOVAS CONTAS


Eu conto...
Tu contas...
E com as contas feitas das palavras que escolhemos, teço meu colar.

Palavras contam...
Sorrisos contam...
O que conta para mim?
O que conta para você?

E as pequeninas contas do colar passam a fazer sentido
A fazer-se sentir
Tornam-se grandes

E as contas que tecemos rotineiramente
Matematicamente
Logicamente
Nos expõem ao ridículo
Libertador.

O que conta?
Quem conta?
Onde conta?
E o colar se parte, fragmentado em mil brilhantes contas...

O que importa contar
É a conta (do) que se faz enquanto o dia é contado.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Eu: matéria-prima da felicidade.


"Quando sozinhos, vigiemos nossos pensamentos: em família, nosso gênio; em sociedade, nossa língua..."
Madame de Stael


O primeiro material que tenho à minha disposição para trabalhar meu sucesso sou eu mesma. Eu estou “à mão” para minha manipulação e manuseio, da mesma forma como o barro está para o artesão. Eu não posso mudar o outro. Nem – menos ainda – os outros...
Como posso ter empatia, se não tenho o mínimo de equilíbrio? Primeiro é preciso buscar o equilíbrio. E o verdadeiro fiel do equilíbrio chama-se amor. Permita-se amar-se e ser amado(a). Amor, entretanto, não é permissividade, nem tirania. Preciso aprender a me amar sem concessões irracionais, com desejo deliberado de amadurecimento, evolução e conhecimento.
Para que o eu se alimente de conhecimento, o coração tem de estar aberto aos sentidos: ouvir – mesmo aquilo que nos fere. “Quem não ouve o que o contraria não se liberta da ilusão que o escraviza”, ensina Doutor Inácio Ferreira. Depois de ouvir, escutar... Cumpre analisar cada crítica à luz da razão, com isenção, com vontade de se libertar. Pode ser doloroso constatar que aquele colega de trabalho tinha “razão” em te atazanar, porque você “pedia”... E, compreendendo melhor o processo, passará a não “pedir” mais!
Falar, expressar em palavras a propriedade de seus sentimentos: “sim, sim; não, não”, encorajava o Cristo. Ter coragem de dizer “basta” àquela pessoa que está acostumada a te ridicularizar, a atacar sua auto-estima. Ela terá um susto e tanto! Afinal, as críticas que essa pessoa te impõe foram postas à prova por sua razão e você verificou que são ingenuidades, ataques que não te atingem, rótulos que não te cabem, porque você não os merece, não os aceita.
Chico Xavier compara a ofensa a um presente que é oferecido a você. Se você não o aceita, a quem ele pertence?
A vida nos responde como um eco; se você não gosta do que está escutando, passe a emitir uma frase diferente, uma energia diferente...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma nova corrida do ouro


Cada vez mais me convenço de que o sucesso é algo ao mesmo tempo natural, pessoal e relativo. Seu caráter relativo faz com que sua conquista se desdobre numa imensa gama de possibilidades de interferência. Da conceituação pessoal de sucesso é que vai surgir a estratégia; a definição determina meios e fins para a realização de nosso intento. Eis sua relatividade.
Muitas pessoas procuram ferramentas que possam ajudá-las a melhorar suas condições de vida, seja no aspecto emocional, social ou econômico. Livros de auto-ajuda se multiplicam em grandes proporções, consultórios de profissionais da saúde mental estão sempre cheios, religiões se multiplicam, novas terapias alternativas aparecem, todos prometendo mágica e milagres! È dada a largada para a corrida do novo ouro: a pessoa.
Constatamos cada vez mais essa necessidade expressa de tantos indivíduos em mudar, em melhorar, em evoluir. Somos todos metais preciosos, presos ao entulho, à lama, à pedra sem valor... Precisamos ser lapidados, trabalhados, libertos como a estátua “presa” no bloco de granito. E somente uns poucos conseguem. Esses poucos dominam uma arte que tem mais valor a cada dia: a arte de trabalhar e intervir junto ao que chamo “material disponível”.
Há somente três elementos materiais que uma pessoa pode efetivamente trabalhar em seu próprio favor, ou mesmo em favor de outrem. São eles: eu, aqui e agora. A obra de arte que pretendo fazer de mim mesmo(a) vai depender do tratamento que darei a esse material. E também das ferramentas de que dispuser, bem como do grau de conhecimento em utilizá-las..

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Por uma gota




Me detive uns cinco minutos diante de uma livraria, disposta a comprar aquele romance antigo, de damas fascinantes e cavalheiros apaixonados. Indaguei o preço, mandei embrulhar... Enfim: comprei. O pacote ficou mal feito, mas não me importei. Naquele dia eu estava muito feliz.
Continuei a percorrer as ruas decoradas de vitrines, até que percebi um gotejar saindo de meu embrulho. Rasguei-o sem hesitar, excitada por saber como ocorria o fato de um livro pingar letras na calçada. Constatei que uma página – felizmente a última – estava quase vazia.
A princípio me desesperei, pedi ajuda, pensei em chamar a polícia, mas de nada adiantou. Comecei então a catar as letras caídas: aqui está o A, logo lá na escada vi o i – custei para achar o pinguinho que rolou para o asfalto. Ali temos o L, junto com o O, C e N. Será que já encontrei tudo? Não. O rapaz da sapataria veoi me entregar, meio amassados, outro L, outro A, um M e um E. Que confusão!
A esse pé de acontecimentos, já não me sentia feliz: estava furiosa.
Li o parágrafo de onde escaparam as letrinhas e logo decifrei a palavra MELANCOLIA. Droga! Ficar tão nervosa por causa de uma combinação de sentido tão medíocre...
Subi até o alto do Edifício Brasil e de lá despejei a ingrata:
............... M E L A N C O L I A
................ M E L A ....... C O L A
....................... M A N C O
........................ L O L A
.................E L A ......... L I A
...................M E L ... C A N O A
.....................M E L A N C I A

Que se espatifou de encontro ao asfalto.
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