sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

AMADOS MOINHOS PATRIOTAS




A quem possa interessar...

Estranho amar um lugar...
Com o mesmo amor reservado às pessoas...
Exato nas mesmas alegrias – e dores!
Na confusão daltônica de cores,
No surreal encontro de cheiros e sabores...
Amor que causa frenesi e arrepia.
Onde nenhum sentido, nem razão,
Bastam ou explicam:
Bizarro em seu desejo,
Latente em sua pouca coragem...
E o amor proibido tende a crescer.
Torna-se o próprio céu sobre nós:
É o escudo e o dragão
Em relação.
O estranho não compreende
E o comum não percebe facilmente
Que algo Divino acontece aqui.
A busca plena dos amantes,
Proibida e coagida,
Fornece luz enquanto viva.
O estranho – aí - percebe facilmente
E o comum despreza,
No fundo de sua ignorância,
A vida que essa luz lhe dá.
Na covardia do amante que sonha,
Aconchega-se o elemento fatal.
O amor estranho por um lugar
Perde-se em perigos anunciados
Centrados em ameaças.
O lugar fica triste
E o comum percebe, enfim:
A luz do amor se enfraquece
E o amor do nobre Divino não foi
Escudo bastante...
O dragão fortalecido
No hálito das banalidades,
No rugido da burocracia,
Na sordidez da corrupção,
Vence.
Estranho torna-se o amante.
O comum, novamente ludibriado,
Dá gargalhadas,
Enquanto o dragão lhe alimenta
E lhe deleita os sentidos.
Dom Divino jaz ao lado...
Seu amor estranho
Seria diamante dessa terra.
E os moinhos de vento,
Quixotescamente,
Os trituram sem cessar...

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