Eles aqui nasceram, se criaram com o produto de meu solo, se divertiram banhando-se em minhas cachoeiras. Se nutriram de meu sol, se vestiram com a riqueza que lhes pude oferecer. Banquetearam-se com meu gado, deliciaram-se em mim.
Hoje esses filhos blasfemam, repudiam sua origem divinense, porque sou pequeno, humilde e decadente. Como os pais humanos colocados em asilos, igualmente me sinto.
Onde estão meus filhos? Aqueles cujos estudos sustentei sonhando que fossem Juízes de Fora e buscassem para mim flores Viçosas. Acreditando que eles fariam mais Belos meus Horizontes, sarassem as enchentes de meu Rio em Janeiro e tantas outras coisas.
Com o fruto de mim fez-se o conhecimento em suas mentes. Com o conhecimento, a distância. Com a distãncia, o abandono - com gosto de escárnio.
Os irmãos remanescentes - abandonados à própria sorte, carentes de pão, de conhecimento. Abandonados mais e mais...
Apelo aos filhos de minha naturalidade apoio e atenção - a mim e a seus irmãos. No peito, saudade. Saudade de ação e de amor. No coração, esperança. Esperança...
Onde estão meus filhos?
Mas com certeza eles virão. De toda parte. E me tornarão Porto Alegre de prosperidade. Repartirão com cada irmão o Mundo recebido.
Aqui espero, meus filhos.