quarta-feira, 14 de novembro de 2012

PRECONCEITOS




Li ontem que a maioria das cidades brasileiras não tem ações contra a homofobia, de acordo com o IBGE. E ouso dizer que também não têm ações contra quaisquer outros tipos de preconceito.
Dois mil anos depois de Cristo haver convidado aos “livres de pecado” a “atirar a primeira pedra”, as pessoas ainda parecem gostar de acusar, de apontar, de colocar o olhar e o indicador em direção do outro, para que melhor se esconderem na sombra de sua própria culpa, de sua tremenda ignorância. Tantas escolas, templos, rituais... e o ser humano ainda não consegue acender uma pequena chama no templo mais especial que o Senhor criou. Que templo é esse? O egoísmo e a vaidade nos levam a pensar que esse templo é o nosso próprio coração. Mas a verdade é: O TEMPLO MAIS ESPECIAL QUE O SENHOR CRIOU E O CORAÇÃO DO OUTRO. Isso mesmo. Só através do próximo é que nossas ações chegam a Deus.
Por que, então, discriminar? Por que tantas fobias: homofobia, xenofobia e outras mais? Fobia quer dizer medo. Medo do que não entendemos, não conhecemos e – pior – precipitadamente não respeitamos.
Racismo e homofobia são preconceitos previstos em lei, criminalizados. E temos por analogia que outras ações discriminatórias também o são, acompanhando a lógica da Ciência do Direito. Assim, discriminar o nordestino, o espírita, o afrodescendente, o homosexual, é crime. Crime inafiançável. Precisa ser assim até que a humanidade evolua.
Existe uma irracionalidade muito grande no crime de se discriminar um ser humano, concordam? É porque estamos discriminando nosso próprio semelhante em função de uma aparência, de uma exterioridade material que vai passar... Um caso interessante, que ilustra bem essa efemeridade, esse caráter passageiro do preconceito, aconteceu em Pedra Bonita. Os evangélicos de lá tentavam construir uma igreja, mas todo o trabalho do dia era destruído durante a noite! Isso aconteceu várias vezes! Hoje a comunidade evangélica de lá representa uma grande parte da população, uma quantidade expressiva de pessoas. O preconceito serviu pra quê???
Por isso me sinto muito à vontade até pra brincar com esses estereótipos. Se me chamam de macumbeira, de pichuim, acho até engraçado... Às vezes chamo algum de meus filhos de, sem problemas. Carinho e respeito acompanham sabiamente as palavras.
Entretanto, confesso que tenho um preconceito muito grande em relação ao caráter das pessoas. Alguns políticos, alguns cidadãos sem noção, amigos do alheio, pessoas sem ética, são por mim evitados, confesso. São pessoas que trazem – e levam – o mal em si, contagiando tudo o que não esteja orando e vigiando. Nesse grupo não me importa se estão incluídos heterosexuais, homosexuais, religiosos de qualquer denominação, brancos, pretos, ricos, pobres...
Lendo novamente a informação do IBGE percebo que a maioria das cidades não tem uma sociedade educada, respeitosa, solidária...
E nós, habitantes destas cidades, temos um desafio muito grande. Precisamos catalogar as pessoas de uma nova categoria: AS PESSOAS DE BEM!

 Izaída Stela do Carmo Ornelas
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