sábado, 11 de fevereiro de 2017

O PREÇO DO PASSADO







Pagamos hoje o preço cobrado por nosso passado.
Há muitos séculos ouvimos conselhos e exortações capazes de nos levar à paz, à prosperidade e à evolução. Entretanto, sempre os desprezamos e escolhemos “Barrabás”. Em 1862, Kardec afirmava que “sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança”.
Eis!
Não temos mais segurança, porque não tivemos caridade suficiente.
Desprezamos mesmo conselhos mais recentes. Darcy Ribeiro nos avisou sobre a necessidade de cuidarmos do futuro. Se houvesse responsabilidade na gestão dos recursos materiais e espirituais, nada disso estaria acontecendo. Muitos fatores contribuíram para que chegássemos à atual condição. Escolhemos Direitos, ao invés de Deveres.
Primeira escolha: escolhemos apenas nossos direitos. Se o Estado tem Deveres para com o cidadão, este também tem seus deveres para com a sociedade. Resumimos nossos deveres à materialidade: pagamento de impostos. Tudo o que importa, segundo nossa escolha, é o dinheiro. E o Governo também condiciona suas ações segundo a “justiça” do Capital.
Segunda escolha: nós mulheres escolhemos participar desta divisão de lucros, delegando também a assalariados a educação de nossos filhos. Cruel escolha! Disfarçada por ideologias pseudo-feministas, esta escolha aprisionou cada uma de nós a uma ilusão de sucesso, de carreira, de status. Qual o maior sucesso do que legar à sociedade um cidadão de bem? Esquecemos essa parte, enquanto cumprimos jornadas triplas, mal remuneradas, sequer agradecidas. E a omissão dos homens também foi uma escolha bastante “conveniente”.
Terceira escolha: não assumir nossa falência social. Todos são culpados da atual condição, exceto nós! A questão da responsabilidade é a única chave para acessarmos um futuro com melhores perspectivas.
Proponho um pacto entre as pessoas, principalmente entre as famílias: vamos criar pessoas de bem! Vamos nos responsabilizar por todos e por cada um.
As bolsas que o governo distribui devem estar atreladas a um compromisso: cuidar das crianças para que não se tornem bandidos. Se a família falhar, será responsabilizada!  Quando eu era pequena, por exemplo, quebrei a vidraça da vizinha, jogando queimada na rua: meus pais pagaram o prejuízo. Isto é responsabilidade!
E pra quem pensa que estou me referindo apenas às famílias de baixa renda, mais um engano: as famílias abastadas que produzirem um corrupto, um estelionatário, também tem que ser responsabilizadas!
Fico enojada de ver que os grandes vilões, que roubaram milhões, continuam  - AINDA – se alimentando às nossas custas! Mesmo nos presídios, a comida deles é paga com nosso suor! Absurdo! E as panelas não são mais ouvidas... Estão vazias até de ideias!!!

Vamos assumir nossas responsabilidades???


Izaída Stela do Carmo Ornelas


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