Pagamos hoje o preço cobrado por nosso passado.
Há muitos séculos ouvimos conselhos e exortações
capazes de nos levar à paz, à prosperidade e à evolução. Entretanto, sempre os desprezamos
e escolhemos “Barrabás”. Em 1862, Kardec afirmava que “sem a
caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá
segurança”.
Eis!
Não temos mais segurança, porque não tivemos caridade
suficiente.
Desprezamos mesmo conselhos mais recentes. Darcy
Ribeiro nos avisou sobre a necessidade de cuidarmos do futuro. Se houvesse
responsabilidade na gestão dos recursos materiais e espirituais, nada disso
estaria acontecendo. Muitos fatores contribuíram para que chegássemos à atual
condição. Escolhemos Direitos, ao invés de Deveres.
Primeira escolha: escolhemos apenas nossos direitos. Se
o Estado tem Deveres para com o cidadão, este também tem seus deveres para com
a sociedade. Resumimos nossos deveres à materialidade: pagamento de impostos. Tudo
o que importa, segundo nossa escolha, é o dinheiro. E o Governo também
condiciona suas ações segundo a “justiça” do Capital.
Segunda escolha: nós mulheres escolhemos participar desta
divisão de lucros, delegando também a assalariados a educação de nossos filhos.
Cruel escolha! Disfarçada por ideologias pseudo-feministas, esta escolha
aprisionou cada uma de nós a uma ilusão de sucesso, de carreira, de status.
Qual o maior sucesso do que legar à sociedade um cidadão de bem? Esquecemos
essa parte, enquanto cumprimos jornadas triplas, mal remuneradas, sequer
agradecidas. E a omissão dos homens também foi uma escolha bastante “conveniente”.
Terceira escolha: não assumir nossa falência social.
Todos são culpados da atual condição, exceto nós! A questão da responsabilidade
é a única chave para acessarmos um futuro com melhores perspectivas.
Proponho um pacto entre as pessoas, principalmente
entre as famílias: vamos criar pessoas de bem! Vamos nos responsabilizar por
todos e por cada um.
As bolsas que o governo distribui devem estar
atreladas a um compromisso: cuidar das crianças para que não se tornem bandidos.
Se a família falhar, será responsabilizada! Quando eu era pequena, por exemplo, quebrei a
vidraça da vizinha, jogando queimada na rua: meus pais pagaram o prejuízo. Isto
é responsabilidade!
E pra quem pensa que estou me referindo apenas às
famílias de baixa renda, mais um engano: as famílias abastadas que produzirem
um corrupto, um estelionatário, também tem que ser responsabilizadas!
Fico enojada de ver que os grandes vilões, que
roubaram milhões, continuam - AINDA – se
alimentando às nossas custas! Mesmo nos presídios, a comida deles é paga com
nosso suor! Absurdo! E as panelas não são mais ouvidas... Estão vazias até de ideias!!!
Vamos assumir nossas responsabilidades???
Izaída Stela do Carmo Ornelas
Nenhum comentário:
Postar um comentário