quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

EXPERIÊNCIA DE NATAL





Pedro Nava dizia que a experiência é um farol que ilumina para trás...
Acredito que é somente olhando para trás que conseguimos entender como e por quê estamos aqui hoje. Esse entendimento me parece uma boa base pra nosso amanhã.
Por isso, esta história de Natal. Um natal distante no tempo, mas que se faz personagem, sob a luz do farol da experiência.
Noite de Natal...
Duas crianças pequenas e muitas contas pra pagar... Na quebradeira geral que a região cafeeira enfrentou, no final dos anos 80, estávamos incluídos. O menino maior cutucava o pé da mesa, cabisbaixo, ainda sentindo muito a morte de minha mãe, no final de novembro. O menor, sem compreender seu primeiro aninho, sorria um riso distante.
Então chegou o Papai Noel. Eles souberam disso apenas por um barulhinho  - tec, tec – no telhado. E logo encontraram um saco cheio de presentes: muitos pacotes coloridos!
Que maravilha! Feijão, açúcar, sardinha... Que delícia! Um pião, um carrinho, um pacote de macarrão...
- Faz pra gente, mãe, que é presente do Papai Noel!
E os olhinhos brilhavam, de encontro à fartura de uma compra de mês, misturada a brinquedos simples e a muito amor.
Uma caixinha de giz!
E o menino maior foi até o meio do quintal, escrever no cimento, bem grande:
“PAPAI NOEL OBRIGADO”
Meu presente estava ali.


Izaída Stela do Carmo Ornelas

sábado, 10 de dezembro de 2011

ALÉM DA OBRIGAÇÃO




Ser bom é fácil. Pra ser melhor, é preciso ir além.
Quem disse isso? Jesus. Ele disse: “se alguém te pede que caminhe com ele mil passos, anda com ele dois mil”... (Mateus 5, 41)
Para isso precisamos compreender as pessoas como além delas mesmas, e a sociedade como um lugar ampliado.
Essa concepção é o que há de mais avançado em termos de recursos humanos, mas também é o que há de mais básico na vida.
As grandes empresas buscam pessoas capazes de superar expectativas, limites, obstáculos. Transcender nosso fazer cotidiano, romper com a rotina capitalista, fazer diferente e construir diferenças significativas: eis o futuro.
Um exemplo que recebi: o Enfermeiro Thales Rocha Dias me liga no banco, buscando informações para resolver problema de cartão INSS de um idoso que ele acompanha. Bingo! A saúde desse idoso não se resume ao atendimento simples no posto de saúde. Saúde envolve tranqüilidade, coisa que o enfermeiro procurou proporcionar ao paciente. Claro que não era obrigação dele “correr atrás” daquele problema, mas logo ele percebeu que poderia melhorar a qualidade de vida – e saúde – daquela pessoa com um pequeno gesto de atenção.
Felizmente, são muitos exemplos desse nível. Se eu fosse ficar aqui citando, daria uma lista grande e eu ainda incorreria no risco de esquecer alguém. Então, minha homenagem a todos vocês que vão além de suas obrigações, de seus umbigos, de seus egoísmos, de si mesmos. Particularmente, a você que está sempre disposto a acolher o próximo... Continue além!
Além disso...
Somos responsáveis por todo o mal que houver em conseqüência do bem que deixarmos de fazer. Então, sou responsável pelo mau humor do vizinho, aumentado pelo sorriso que não dei. Sou responsável pelo que não fiz, pelo que não cultivei, por quem eu não ensinei, pelo que não compartilhei. 
Além do Pequeno Príncipe, sou responsável não só por aquilo que cativo, mas também por aquilo que deixei de cativar.
Além do sorriso, além do fazer, além...

Feliz 2012.

Izaída Stela do Carmo Ornelas

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Estou aqui



Eu estou aqui


Tratar de si é obedecer à lei: não manter a candeia debaixo do alqueire, não deixar escondida a beleza que tem um bom coração.

Treva é um lugar onde a luz ainda não chegou; tristeza é um lugar em que a felicidade ainda não chegou. No livro de Jack Canfield, Histórias para aquecer o coração, encontramos a seguinte mensagem, atribuída a James M. Barrie: “Aqueles que levam luz à vida dos outros não podem impedi-la de iluminar as suas”.

A matemática do amor é inversa à que conhecemos: da divisão resulta um produto multiplicado, de dentro para fora. Da divisão de conhecimento, de amor, de fraternidade, de caridade e de luz, resulta a multiplicidade real e cabal. Se compartilho uma idéia com alguém, tenho duas idéias expandindo-se em proporções geométricas.

O mesmo não acontece quando uma pessoa espalha maus sentimentos e palavras ao seu redor. Felizmente, a divisão da energia negativa se efetua de fora para dentro, fixando-se mesmo naquele que tenta disseminá-la. Quanto mais este tenta “multiplicar”, mais se prende; se compartilha o mal com alguém, tem o mal duplicado pelo compartilhamento e elevado ao quadrado em negatividade interna. Esse é um assunto sério.

Mas o universo sempre dá um jeitinho para aprendermos. Ele conta com excelentes professores. O melhor deles responde pelo nome de Acaso.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

BONZINHO...




Maiakowsky escreveu:


Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor em nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
pisam nas flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Assim...

A força maior do mal está na omissão dos bons.

Este é meu alerta para os bons divinenses, aos bons brasileiros.
Onde está a expressão do bem? Onde está a força dos bons?

Não é teoria da conspiração. É a mais pura verdade. Existe um movimento sórdido, planejado em detalhes, para o “esvaziamento” da razão dos bons. Ele começou na segunda metade do século passado e vem se arrastando desde então, permeando os mais diversos governos. Parece até tratar-se de uma sociedade secreta.

Primeiro, no que diz respeito à educação.
-  Com tantos problemas, a gente dá um jeitinho e passa nossos filhos para a rede particular.
- Que se dane quem ficou, pelo menos eu não tive que me indispor com ninguém.
- Bom que eu tenho como fugir disso...

E o governo deixou de gastar com nossos filhos...

Depois, a saúde começou a degringolar. Exames demoram e os atendimentos deixam a desejar.
- Já que eu posso, vou contratar um plano de saúde.
– Compensa pagar um plano de saúde.
- Deixo de comprar muitas coisas, mas pago em dia meu plano de saúde!

E compensa mais é pro governo, que deixa de usar o SEU imposto em SEU benefício...

O próximo passo previsto é o esvaziamento da previdência. Com “rombos” faraônicos, a panelinha que gerencia esse plano de esvaziamento pretende transferir a obrigação previdenciária estatal para os planos privados.

Claro que a sobra vai fazer uma verdadeira festa pra corrupção...

Acoooooooorda povo!!!

Vamos EXIGIR educação, saúde, emprego e previdência em contrapartida JUSTA aos impostos que pagamos.

É justo pagar religiosamente um carnê de INSS sobre X salários e aposentar-se com um valor muito menor? É como comprar uma TV digital de 42 polegadas, pagar por ela, e receber um aparelho comum de 20! É a farra do “só leva quem não paga”!

É justo manter em dia suas obrigações e ter que esperar tanto tempo pra fazer um simples exame? Se a gente deixa o imposto atrasado... Mas quando o governo deixa nossa vida atrasada...

O pior é que estamos deixando essa herança terrível para nossos filhos. Por isso a educação foi a primeira instituição a ser sucateada.


E aí, bonzinho....

Dá pra ficar calado???







terça-feira, 30 de agosto de 2011

A "MALDADE" QUE EDUCA



Este texto é do site Momento Espírita. Não é de minha autoria, mas me expressa fielmente:

EU OS AMEI O SUFICIENTE

Meus filhos, um dia, quando vocês forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer: 
Eu os amei o suficiente para ter perguntado: aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão? 
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer dizer ao dono: "nós roubamos isto ontem e queríamos pagar".

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês por uma hora, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria realizado em quinze minutos.

Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as conseqüências eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso.

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente..., venci... porque no final vocês venceram também! E, qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má:

- Sim... nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo.

- As outras crianças comiam doces no café da manhã e nós tínhamos de comer pão, queijo, leite. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comer vendo televisão.

- Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos quando íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

- Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o pó do chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.

- Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.

- Ela insistia sempre conosco para lhe dizer a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos.

- A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos. Tinham de subir, bater na porta para ela os conhecer. Enquanto todos podiam sair à noite com doze, treze anos, nós tivemos de esperar pelos dezesseis.

- Nossos amigos dirigiam o carro dos pais mesmo sem ter habilitação, mas nós tivemos que esperar os dezoito anos para aprender, como pede a lei. Por causa da nossa mãe, nós perdemos muitas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por causa dela.

- Agora já saímos de casa. Somos adultos, honestos e educados, e estamos fazendo o possível para ser, também, "pais maus", tal como a nossa mãe.

- Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más como a nossa mãe o foi...



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ação e reação

 


À arte de agir, corresponde a arte de reagir. E o que é reação? É a resposta a determinada ação. Quando uma pessoa “provoca”, ela o faz objetivando uma determinada reação do provocado. A reação que coincidir com o objetivo do provocador é a mais destrutiva possível. Cabe ao provocado quebrar o elo dessa reação em cadeia. Como? Simples!
Vejamos um exemplo: estou na fila do supermercado e uma mocinha “fura” a fila e começa a fofocar animadamente com a caixa atendente. Percebo que se trata de uma funcionária hierarquicamente superior, mas o assunto entre elas nada tem a ver com o trabalho. Eis a ação. A reação “normal” poderia ser encrencar, desistir da compra, chamar o gerente, etc. Optei por uma reação “anormal”: desatei a gargalhar. Isto mesmo. As funcionárias me olharam estupefatas. Completei: só podiam estar tentando me pregar uma peça!
E foi a vida que me ensinou. Num outro supermercado, tempos atrás, eu estava na fila para pesar legumes. Uma mulher fez menção de entrar na minha frente e, sem mesmo ter certeza de sua intenção, estampei no rosto aquela expressão de “afaste-se”. Meu carrinho estava cheio e a senhora tinha apenas uns dois itens a serem pesados. Para meu espanto, a mulher ajudou na pesagem de meus itens, pacientemente, com um belo sorriso nos lábios. Envergonhada, pensei: tenho de aprender com ela. Não sei de quem se trata, e espero que ela se veja aqui homenageada por sua lucidez e por sua luz. Meus agradecimentos.
Além disso, uma segunda lição foi aprendida: não me antecipar aos acontecimentos. Não pré-julgar. Não esperar sempre o mal, nem sempre o bem. Viver enquanto analiso, pois enquanto o sentimento está correndo em nossas veias, a aprendizagem acontece mais fácil.
Reações erradas são as reações que “o inimigo” deseja que tenhamos. Reações erradas permitem que nossos adversários triunfem e terminem por dominar completamente nossas vidas! Como é que uma pessoa inteligente não percebe isso? Porque é óbvio demais para que possamos perceber. 
O que nos cega é o mesmo princípio que nos impede de perceber constantemente nossa respiração ou as batidas de nosso coração. Infelizmente, as reações erradas são as mais corriqueiras, fazendo com que nos acostumemos com elas, assumindo nossa rotina e fazendo com que nos acostumemos com elas.

sábado, 25 de junho de 2011

Ética para todos


Amigos! É um dos e-mails mais verdadeiros que recebi! Gostaria de saber a autoria, para divulgar melhor!


Tá reclamando de quê?

" Tá " Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arruda? do Sarney? do Collor? Do Renan? do Palocci? do Delubio? Dos políticos de Brasilia? do Jucá? do Kassab? dos mais 300 picaretas do Congresso? E você? Brasileiro Reclama De Quê?

O Brasileiro é assim:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. - Suborna ou tenta subornar, quando é pego cometendo infração.

4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. - Fala ao celular enquanto dirige.

6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.

8. - Viola a lei do silêncio.

9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. - Espalha mesas, churrasqueiras, nas calçadas.

12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. - Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.

14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, só para pagar menos impostos.

15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda, para pagar menos imposto.

16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21. - Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.

22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. - Leva das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

31. - Pega o benefício do Bolsa Família e usa para esticar o cabelo ou pagar a conta do celular.

E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza- se com a farra das passagens aéreas...Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? E foi esse mesmo povo quem os elegeram e sabendo que eram corruptos ou não? E em troca de alguns tijolos, telhas, cachaça...não? Brasileiro reclama de quê, afinal?

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos umamudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!Vamos dar o bom exemplo!Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."

A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aconteceu





Aconteceu.


E foi triste.

Aconteceu com Wescley Rocha Couto.

Vai acontecer de novo.

E será tão ou mais triste do que hoje.

Afinal...

Jovens morrem e se matam todos os dias.

E nossa culpa nos aparece, fantasmagórica.

Ao final...

Ninguém morre sozinho; ninguém se mata sozinho.

Muitas mãos se tingem de culpa:

As mãos do fornecedor da droga, as mãos da autoridade que não cumpre sua obrigação de proteger, as mãos do cidadão que não exercita a caridade.

Mãos que se cruzam em omissão.

Mãos que acendem pedras da morte, trilham carreiras de engano.

Mãos nas quais lemos a má sorte, o mau destino, a escravidão.

Mãos que tentam esconder nossa culpa, nosso medo, nosso desespero.

Gota a gota, lavam-se as mãos.

Passo a passo caminhamos para o desconhecido, que conhecemos como futuro.

Prece a prece desfiamos nossa tristeza.

Braço a braço, nos fortificamos.

Na responsabilidade cotidiana, o laço: sempre a culpa.

E pior que a culpa, o vazio de amor.

Vazio que paralisa mentes e mãos.

Vazio que acalenta nossa eterna omissão.

É da nossa conta.

Está registrado em nossa conta.

O que aconteceu e o que ainda vai acontecer.

A tristeza que disfarça a verdade.

O suicídio que pretensamente liberta o assassino.

As mãos criminosas que se enfeitam de anéis num simulacro de nobreza.

Corações que se esvaziam de amor, pra dar mais espaço ao dinheiro.

Enquanto isso, jovens se matam.

E são, ao mesmo tempo, mortos por nossa indiferença.

Ou será incompetência?

Quando a sorte é lançada, o desafio corre atrás...



domingo, 1 de maio de 2011

Tá bulindo comigo!!!




Melhor não "bullir". Não vá deletar...


Muito antes do bullying ser conceituado, nossos brasileirinhos do nordeste já o haviam descoberto. Trata-se de “bulir”, mexer, provocar.


Vejamos:

- Fulano tá bulindo comigo.

- Pare de bulir com ele, menino.

Quem não ouviu uma frase destas?

Então, vamos assumir a sabedoria popular brasileira, que se antecipou à importação do termo e de sua conceituação.

E quando verificamos a vasta existência desse fenômeno social, percebemos além da posição simplista da discussão centrada na escola ou, melhor dizendo, na idade escolar.

Considerado em suas características básicas, o bullying acompanha o indivíduo pela vida afora: é o chefe que assedia moralmente, é o familiar chantagista, é o vizinho provocador...

São muitas as circunstâncias em que essa patologia se instala.

Cumpre ao indivíduo se preparar para o enfrentamento destas questões, ao invés de ser ‘poupado’ por leis, curadores e outros personagens protetores de nosso estado-de-conto-de-fadas. A realidade se impõe, desde sempre, obrigando o indivíduo a evoluir. Não existe evolução social que não comece pela evolução pessoal, ou melhor, por pequenas evoluções individuais.

Episódios de bullying - como tudo nesta vida - têm também seu lado bom, quando se revelam oportunidades de aprendizagem. Podem ser comparados, nesse sentido, a reproduções lúdicas de situações reais da vida adulta: um brincar de gente grande, de casinha, de profissional, de mocinho ou de bandido. Brincando de se defender, a criança aprende a ser conciliadora, tolerante, positiva, analítica... São muitas as habilidades passíveis de serem adquiridas em situações de bullying.

Assim sendo, partimos do socrático “conheça a ti mesmo”.



PS. Coluna escrita sob inspiração de Ancelmo Gois



terça-feira, 26 de abril de 2011

GRATIDÃO

Acredito que a gratidão é condição fundamental para a evolução de pessoas e comunidades.






Divino deve muito a este homem.

Pra quem não conheceu, este foi o Juiz Diógenes de Araújo Netto, idealizador da Escola da Comunidade Divinense, que lançou Divino ao status de pólo regional em educação.
Mineiro de Abre Campo, ele receberia a Medalha da Inconfidência no dia 21 de abril de 2011. Infelizmente, faleceu em Belo Horizonte uma semana antes do evento, no dia 15.
A ele, o reconhecimento por tudo o que representou na busca por melhorias sociais, por dignidade e por nobreza de ideais.

Sobre ele, no site da Amagis, tem-se:
Quando menino, sempre ouvia de seu pai: “Você pode ser o que quiser, menos advogado”, relembra o magistrado, frisando que seu pai tinha certa “ojeriza” desse profissional. Prestou vestibular para engenharia, mas apesar de ser muito estudioso, não passou nas provas. O destino já o levava em direção ao direito. E foi pra ele, de fato, que Diógenes se dirigiu. Passou em um dos primeiros lugares no vestibular na Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro. Contra o gosto de seu pai, deu início ao curso, o qual concluiu em 1952. Anos depois, prestou concurso para a magistratura mineira e, em 1958, entrava para a carreira que ainda lhe renderia uma série de surpresas.
Quando o senhor iniciou a carreira foi obrigado a ficar afastado e parar de atuar na magistratura. Como isso aconteceu?
Eu estava em minha primeira comarca, na cidade de Divino, onde também fui o primeiro juiz. Em 1964, em plena revolução, recebi a notícia de que acabara de ser colocado em disponibilidade. Naquele ano, fui condecorado pelo Ato Institucional nº 1. O motivo? Até hoje, eu não sei. Saiu uma publicação no Diário Oficial dizendo: o governador, com base no AI nº1 resolve colocar em disponibilidade o bacharel Diógenes de Araújo Netto.  Só isso, sem qualquer motivação. Eu continuava a ser juiz, mas não podia exercer a atividade.
Quais os efeitos que o fato trouxe para o senhor, tanto na vida pessoal quanto na profissional?
Na vida profissional, eu acredito que tenha prejudicado na minha promoção. Hoje, eu poderia ser um desembargador aposentado. Mas, o maior efeito, acredito, que tenha ficado com minha família, que ficou triste com o que estava acontecendo, e com meus amigos. Alguns deles ficaram até em dúvida, imaginando que eu pudesse ter feito alguma coisa para ser colocado em disponibilidade. Eu não sabia explicar por que não sabia o motivo. Se havia algum, até hoje, eu desconheço.
Nesse período, em que o senhor não podia exercer a magistratura desenvolveu alguma atividade?
Fiquei 16 anos sem poder atuar na magistratura. Eu era professor, na época, com título do Ministério da Educação. Comecei então a lecionar e fiz o curso de Letras na Faculdade de Filosofia de Caratinga. Fiz pós-graduação e me tornei mestre em lingüística e filologia. Lecionei latim na mesma faculdade onde estudei.
Quando e como se deu o retorno do senhor para a carreira?
O meu retorno se deu em 1980, possibilitado pela anistia. Eu parei de lecionar e voltei a atuar como juiz na comarca de Teixeiras, onde fiquei apenas três meses. Abriu uma vaga por antiguidade, e eu era o juiz mais antigo, já que foi contado meu tempo de disponibilidade. Fui para Campanha, onde fiquei seis meses, sendo promovido por merecimento para Caratinga. Lá, fiquei seis anos e fui promovido, também por merecimento, para Belo Horizonte.
Depois da aposentadoria, em 1995, pela compulsória, voltou a lecionar?
Iniciei um trabalho de escrever um dicionário de grego moderno. Hoje, ele está pronto, em fase de revisão. Além disso, coordeno trabalhos na minha fazenda de produção de café.
Para o senhor, qual a importância de uma associação de classe?
A associação de classe representa a força para defender os direitos de cada associado e estudar o campo de ação da classe, para que haja melhor produção, e para que o produto seja mais qualificado. A Amagis representa, a meu ver, exatamente o desejo da magistratura de estar sempre se atualizando e melhorando. O objetivo, alcançado pela Associação dos Magistrados Mineiros, é trazer mais força e prestígio para os juízes e desembargadores, para que eles possam desenvolver cada vez mais e melhor seu trabalho.
A Amagis lançou a MagisCultura, revista de cultura e arte dos magistrados mineiros. Qual a opinião do senhor sobre a revista?
Acho que é um trabalho muito importante. A arte e a literatura amaciam o sentimento da gente, e todos nós nos resumimos em sentir, pensar e agir. Principalmente, o homem magistrado, o juiz. Ele tem que ter uma sensibilidade delicada, um pensamento sólido e uma ação decidida e segura.
 
Como ex-aluna da Escola da Comunidade, senti-me obrigada.
Obrigada.
 
 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

ORAÇÃO FRENTE À PERDA



Com tantas tragédias acontecendo no mundo...
Com tantas tristezas espalhadas...
Na tarde que sucedeu ao Massacre de Realengo, um acidente de trânsito colheu Danilo, 21 anos, filho de minha amiga de infância. Recolhi-me em prece e escrevi uma oração, único consolo possível nestas despedidas.
Dedicada a Silvana Alves Frossard.

Senhor
Diante de Ti me encontro, como em todos os dias de minhas vidas. Foram dias por Ti contados. Marcados pelo Teu desejo de que eu melhore e evolua sempre.
Em muitos desses dias recebi alegrias, muitas delas proporcionadas pela pessoa que se foi, conforme a Tua permissão. Agradeço cada sorriso, cada bom momento, cada pedacinho de felicidade que o Senhor colocou em minha vida. Obrigada, Mestre.
Em outros dias, vivenciei tristezas. Por elas também Te agradeço, Mestre. Porque eu não seria capaz de reconhecer a tristeza, se não tivesse antes conhecido a felicidade.
Percebi mudanças no mundo e em mim, ao longo desses tempos. O que não mudou nunca foi Teu cuidado por mim. Novamente, obrigada.
Neste momento de profundo pesar e de insistentes lágrimas, meu coração recorre ao Teu amor.
Pai amigo, eu lhe suplico...
Me dê forças para enfrentar a dor, a ausência, a saudade, vencendo-as uma após outra, para a glória do Teu nome.
Me ensina a conviver com esses sentimentos tão contraditórios. Porque a perda é uma ilusão. O aprendizado virá e a Tua Verdade me libertará da revolta, da angústia, do desespero.
Afasta de mim o cálice da incredulidade, do desamor, da depressão, da inércia. E me dá de beber a ação, o amor, o trabalho. Que não me faltem a solidariedade, a compaixão e a caridade, que doravante serão meus companheiros.
Também permita que eu aprenda a me bastar, para não contagiar ninguém com minhas fraquezas, como Jesus crucificado se resignou em suficiente fé e paz.
Me ilumina para que eu possa reverter todo o meu sofrimento em exemplos, que vão fertilizar almas. Converta em lições  minhas feridas, minhas tragédias, minhas lembranças. E alcance os corações de todos através de minha triste história: fortalecendo os que se encontram feridos como eu e encorajando aqueles que possam impedir que outros sejam feridos da mesma forma que eu.
Me aqueça com a humildade, que me mostra o quanto sou pequena, frágil e dependente dos outros. E me vista de coragem, porque preciso estar junto aos irmãos que são pequenos, frágeis e dependentes de mim. Em Ti me fortaleço, porque só junto a Ti está o conhecer, o sentido, a Vida.
Põe em mim Tua mão e cura meus medos, minha falta de fé, minhas dúvidas. Cuida, quando eu tropeçar. Suporta minha lamúria. Acalenta minha vida.
Faz com que a força do Cristo me ampare e a duçura de Maria me conforte.
Por fim, me ensina a amar mais. Porque minha perda não significa um amor que se foi, mas um amor que ficou. Um amor presente, cuja beleza não pode ficar escondida. Que meu amor transborde e acolha, multiplique e floreça. Conforme a Tua Vontade.
Abençoa minha família, minha comunidade, meu país e nossa humanidade.
Para meus queridos que se encontram junto a Ti, beije-os por mim, Senhor.
Que sejamos todos sustentados na luz que de Ti emana.

Assim seja.

                                   Izaída Stela do Carmo Ornelas




quarta-feira, 30 de março de 2011

CULTIVAR A PAZ INTERIOR PARA MELHOR ENTENDERMOS O NOSSO PRÓPRIO MUNDO




Recebi nova reflexão da amiga Maria de Lourdes Siqueira da Silva, um grande talento de Divino. Fico muito feliz em compartilhar com vocês:



É difícil acreditar, mas é preciso mergulhar num mundo desconhecido para melhor entendermos nosso próprio mundo.
Simplificar a nossa vida.
Cultivar a pureza de nosso coração.
Pedir ajuda.
A paz é uma conquista daqueles que se amam.
Ao entrar no local de trabalho, faça uma oração em silêncio e cumprimenta a todos com alegria.
Sorria mais, relaxe, busque um cantinho dentro de você, porque não á somente o dinheiro que faz alguém feliz. O sorriso é o afeto sublime da própria alma que na manã renascente é também um sorriso de Deus.
O amor que devemos ter para com os nossos semelhantes nos encanta, suaviza a nossa alma e nos leva ao encontro do Criador.
É preciso que coloquemos filtros em nossa vida e ao recebermos as notícias de violências, de pessoas que maltratam seus filhos, notícias de sequestros, mulheres que são espancadas e mortas por seus esposos... Ao receber as notícias – sejam elas quais forem – analisar e rapidamente descartar o que não for realmente importante para nossa caminhada.
No mundo em que vivemos nós encontramos muitos obstáculos; devemos ter fé, que é a mais sublime das virtudes. Mesmo durante as piores tempestades, é preciso cultivar a paz em todos os lugares em que estivermos presentes.
Não devemos manifestar em nosso rosto o espelho daquilo que dia a dia nos consome, mas ser pacientes e sofrer com calma, numa oferta de amor ao Santo Deus.
Cultivar a paz interior é o primeiro passo para promover a paz mundial.

Maria de Lourdes Siqueira da Silva.  

domingo, 13 de março de 2011

SANTA PICUINHA!





As picuinhas continuam.


Infelizmente.

O piso da Matriz foi destruído. Ao lado da notícia, as pessoas se preparam para exercer o que pode haver de pior nelas: sua arrogância e sua ignorância.

Não vou comentar a atitude do padre, porque já me sinto exausta de tanta especulação. Como já comentei no site do jornal Impacto, gostaria mesmo de saber o que é que Jesus achou disso...

Meu primeiro pensamento, quando vi as fotos do piso quebrado, foi imaginar o amigo Padre Jaime Moratinos entrando naquela Igreja toda quebrada... Ele que era conhecido por pilotar sua rural velha e falar com sotaque espanhol carregado... Ele que cultivava diversos vasos de plantas pra enfeitar a Igreja no casamento de pessoas que não tinham como contratar serviços de decoração... Ele que, já em Sepetiba, saía pela praia “arrecadando” vasilhas utilizadas em despachos de macumba, lavava, vendia no bazar e distribuia o dinheiro aos pobres...

Saudades de um tempo sem tantas picuinhas. Saudades de Padre Levy, sempre bonachão, de Padre Moreira e sua empatia com os jovens. Passado. Esse tempo “não volta mais”.

Mas ainda tem muita gente de atitude povoando nosso presente, sonhando e construindo um futuro mais solidário. Mesmo que a duras penas.

Nesse sentido, vou cumprimentar mulheres corajosas: Andréia Medeiros, que está cumprindo com louvor sua função de defensora do patrimônio histórico; Zilda Amélia Rocha, cuja família está inserida no coração e na história de Divino há muito; Dra. Jaqueliny, que não se omitiu na promoção do esclarecimento. Meninas, o nome – corajoso - de vocês fará orgulho em seus netos!

Triste foi saber que as duas primeiras vêm sendo execradas por algumas pessoas da comunidade. Que coisa feia! Pior ainda que as pessoas que as condenam são as mesmas que não se condenam... Têm suas dívidas ocultas e seus interesses escusos muito bem dissimulados. Talvez pensem alguma coisa com alguma clareza, mas para essas pessoas é mais fácil não pensar, não ter opinião e sair por aí apontando o dedo...

Por que não fazem o mesmo com a promotora? Por que não a procuram, como fazem com as outras? Porque é mais fácil atacar quem não tem defesas. Ô povo covarde! Se o caso se desse com um pastor, será que se portariam e que agiriam da mesma maneira???

Ah! Com esse tipo de gente aprendemos que são vários pesos e várias medidas. Que se assumam! Que parem de agredir!

De resto, vamos deixar de lado a hipocrisia!

Deus é único, embora se expresse em formas e nomes diversos. Pessoas são pessoas. Ponto. Quando um padre (pastor, monge, etc) excede o limite de velocidade, ele é multado, como qualquer outro cidadão. O que quero dizer é que ele, na esfera jurídica, é um cidadão como todos: paga impostos, multas, responde por direitos e deveres comuns. No âmbito espiritual, marcado pela grande responsabilidade que ele carrega, ele é tão filho de Deus como todos: nosso irmão, assim como Jesus. Não vejo, assim, sensacionalismo em convidar um representante religioso a depor. No caso de Divino, não acredito que nenhum policial tenha agido com falta de respeito. Na verdade, a polícia está cumprindo seu papel, executando ordens previstas em um código, em uma Constituição.

Exercício de opinião e de dever – dentro dos ditames do respeito – é pleno direito de todos. Não a agressão. Não a futrica. Não a intriga.

Felizmente, nem tudo é sordidez. Tem muita gente mostrando que o exercício democrático da opinião é prazeroso, é um diálogo produtivo, aberto ao outro. Me orgulha ver pessoas expressando opiniões diversas de forma respeitosa. Tanto contra, quanto a favor. Parabéns a quem mostra sua face e seu apoio ao padre: Deceles, Luzia, Laura, entre outras. Aliás, senti falta de comentários, nos sites dos jornais, dos padres divinenses e também dos que já atuaram aqui...

Que Deus ilumine a todos os que se escondem atrás de pseudônimos, de iniciais, de codinomes medievais. Porque esses se escondem de si mesmos, afinal.



Izaída Stela do Carmo Ornelas

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A SENTENÇA



Quem tem boca vai a Roma, ensina o ditado.
Quem tem conhecimento, vai ainda mais longe.

O conhecimento e a coragem são duas ferramentas muito necessárias para promover o bem. 
Assim, abusos e desmandos são evitados e a verdadeira justiça é promovida.

José Lucas Alvarenga questionou a legalidade da cobrança da tarifa de esgoto pela COPASA. Esta cobrança foi regulamentada pela Lei Municipal n.1683/2008, aprovada e autorizada pelo governo da época.

O processo movido por ele – n.º 10.001371-1 foi analisado pelo MM Juiz da Comarca e a sentença diz o seguinte:

Ora, se a tarifa representa preço público pago pela prestação direta do serviço realizado por algum delegado do Poder Público, como se exigir antecipadamente por serviço não usufruído pelo cidadão?
...
Deste modo, a possibilidade da cobrança indubitavelmente está atrelada à efetiva prestação dos serviços de esgoto, o que, como dito, ainda não foram implantados no município de Divino e nos distritos mencionados.
...
O serviço realizado pela ré é evidentemente viciado, em decorrência de se cumular, à tarifa cobrada pela água, a outra direcionada ao serviço de esgoto, que não é disponibilizado ao consumidor.
...
Logo, a cobrança da tarifa de esgoto é ilegal e o autor deve ser restituído das quantias que pagou indevidamente.
ISTO POSTO, julgo procedente o pedido formulado para declarar nula e indevida a cobrança da “tarifa de esgoto”, suspendendo a cobrança enquanto serviço não for efetivamente colocado à disposição do autor.
Condeno a ré em restituir ao autor os valores que foram cobrados indevidamente do mesmo, corrigidos monetariamente desde a data em que foram pagos.
Para fins do disposto nos arts. 81, 82 e 91 do Código de Defesa do Consumidor, remeter cópia desta decisão ao Ministério Público, independentemente do trânsito em julgado.
...

Para que o benefício se estenda aos demais consumidores é preciso que o Ministério Píblico mova uma ação pública, o que só acontecerá se houver em Divino mais pessoas com conhecimento e coragem...
Para que o mesmo não ocorra novamente, sugiro aos eleitores que procurem saber como foi a votação da tarifa na Câmara, à época da lei aqui citada.

Publicado em comemoração a mais esta vitória do bom senso.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

CONVERSA



Quando eu te falar em encontro, na sua mente, com certeza, algo muito vago aparecerá... E estará longe nosso alcance, enquanto diferenças saltam aos olhos.
Afinal, quando eu não sei o nome do personagem principal da novela das oito, te decepciono. Se você não sabe o preço do dólar, me assombro.
Nossa conversa não continua. Nos separamos sob aparente cordialidade. Nossos pseudocompromissos urgem.
E sentimos saudade do tempo e saudade de ter tempo.
Longe no tempo, neste mesmo espaço, nossas mães e pais conversavam animadamente e combinavam um grande almoço de domingo! As alegrias entre as crianças que éramos não nos servem mais: crescemos e somos egoístas a ponto de não proporcionar a nossos filhos a união.
Enterramos os hábitos de visitar e receber, sob o cansaço, a tv e a preguiça.
Se eu te perguntar qual foi a última visita que nossas casas receberam – caso a gente ainda se lembre – é provável que tenha sido um vendedor ou coisa parecida.
Também, tanto você quanto eu, não visitamos ninguém.
Se você me convida, não vou. Comodista e auto-suficiente, sento-me frente a esse computador idiota. Recolho-me à insignificância de meus trabalhos, enquanto as crianças assistem àquele novo desenho... Afinal, tenho de trabalhar para comprar novos DVDs, mais CDs.
Em sua casa a coisa apenas aparenta ser diferente: uma cerveja e um jornal te acompanham. Você se lembra de mim quando alguma notícia pode servir para encompridar nossa ‘conversa’. E os dias passam junto aos capítulos da novela.
Lembro-me de você quando vejo aquelas propagandas de solidariedade. Poderíamos ajudar muito. Sozinha, desanimo. Se te encontro, esqueço de falar... Esquecimento fútil, banal sintoma do estresse...
Na hora de dormir, minha prece te inclui porque você é divinense – e peço por todos meus irmãos de terra. Só aqui minha comunicação é eficiente! Mas a união fica restrita a um Deus, como se Ele não tivesse filhos...
Um dia vou te perguntar como é sua oração. Não. Afasto a idéia. Você vai tomar por invasão de privacidade.
Se você lesse essa crônica, faríamos tudo diferente?
Amanhã é domingo...




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