domingo, 20 de janeiro de 2013

Tem gente que faz. Tem gente que desfaz.




Após a matéria anterior, diversos comentários e abordagens me conduziram a analisar um pouco mais profundamente a questão.
Em primeiro lugar, bateu muita saudade da Guarda Mirim: extinta e não substituída. Tirada do povo, sem que qualquer outra alternativa fosse oferecida à população que dela se beneficiava.
A Guarda Mirim tirou muito adolescente da badernagem... 
Aquela gente fazia e foi impedida de continuar fazendo.
O problema é que a questão do trabalho adolescente foi completamente resolvida. Desafio a quem “resolveu” esta questão a resolver – com a mesma eficiência - a questão do consumo de álcool entre estes mesmos adolescentes!!! Não vemos, em Divino, adolescentes trabalhando, mas bebendo... 
A Guarda acabou por força da Lei, mas deveria continuar, por força da Justiça. Porque nem sempre a lei é justa. Nem sempre. Afinal, a escravidão também era uma Lei: e reduzia seres humanos a objetos. Pretensamente livres, agora estamos todos juntos, ainda agrilhoados.
E a injustiça muitas vezes é o resultado do cumprimento da Lei. Acontece quando, muitas vezes, a jurisprudência não exprime a prudência que lhe deu origem. Afinal, a extinção desse serviço não levou em conta a amplitude da questão.
Hoje em dia, enquanto as autoridades proíbem o trabalho adolescente, vem o tráfico e os alicia, bem cedo, antes que pais e mães tenham sequer o tempo de lhes ensinar uma profissão... Ao extinguir pura e simplesmente a entidade, uma alternativa deveria ter sido projetada. Deveriam ter pensado nas consequências... 
É o caso de gente que desfaz...
Mas muita gente faz, ainda bem.
O grupo do EJC tem trabalhado muito, com louvor. Aqui mais uma lembrança: no meu tempo, na Casa Paroquial havia um espaço pros jovens com jogos diversos: pingue-pongue, damas, xadrez, etc. O ponto de encontro “bombava” como dizem hoje. Foi obra de Dom José Moreira, sempre antenado com os jovens. Saudade foi o que restou.
A comunidade da Igreja Batista, inclusive, está construindo uma excelente alternativa de lazer para a moçada. Com certeza, a quadra está funcionando segundo a Vontade Dele.

Falta o trabalho de quem ainda nada fez...
Falta o trabalho de quem nada faz...


Izaida Stela do Carmo Ornelas

sábado, 12 de janeiro de 2013

SEMPRE UM DEFEITO




Neste final de ano me veio a lembrança de pessoas que muito fizeram por Divino e nem sempre tiveram sua importância reconhecida.
Comecei me lembrando de Seu Capucho. Ele cuidava da limpeza das ruas, nos meus tempos de menina. As ruas eram sempre muito limpas; ele fazia questão de varrer qualquer areia dos meio-fios, recolhendo o lixo em sua carrocinha. Um pouco mais tarde, talvez pelo crescimento da cidade, passou a contar com a ajuda de um burrico. E os progressistas viam naquele cuidado artesanal um sinal de atraso: um cuidado profissional era o que Divino precisava...
Tem sempre alguém vendo um defeito!
E o trabalho amoroso foi sendo substituído pelo mero cumprimento de horas; o pagamento em dinheiro passou a ser mais importante que o reconhecimento e que a satisfação de se fazer um bom trabalho.
Com tanto lixo nas ruas, ultimamente, penso que não fomos educados o suficiente para reconhecer e respeitar o esforço que o outro faz para nos servir! A maioria das pessoas não vê mal nenhum em jogar na rua palitos de picolé, copos descartáveis, bingas de cigarro... Mas quando a situação se acumula, percebemos que a falta de educação, em conjunto, traz grande impacto negativo a todos.
Saudades do tempo de Sr. Capucho!
Depois me lembrei do Lourival Bernardes de Mello – o Vavá. Quantas carteiras de identidade eu vejo, datadas de 05/05/2005, quando ele promoveu uma Ação Global na Praça! Sem contar as crianças que ele apresentou ao esporte e que se destacaram em nossa região... Além disso, levou nossa cidade às manchetes da TV, promovendo as 50 Horas de Pelada.
A história continua... Tem sempre um defeito! Não pretendo entrar em problemas pessoais, mas reconhecer méritos de ação efetiva, como os que citei acima. Novamente, relembro: tem sempre um defeito. Mas, depois dele, quem fez melhor? Quem fez, no mínimo, igual?
Qual é o maior defeito?
O Arraiá da Alegria, que se fundiu ao evento da Exposição, era realmente uma alegria que Dona Débora nos proporcionava. Pra quem não se lembra, era como se fosse o Arraiá do Sukata, mas acontecia durante a semana toda. Tomava a pracinha do Asilo, divertindo sempre. E sempre tinha uma festinha pro povo não se entediar. Mas tinha defeitos... E agora, no lugar dos defeitos, não tem quase nada... Mas ainda tem defeitos.
Como o Carnaval vem chegando, senti saudades do Bloco Só Falta Você, do Xaconóis, onde o falecido Jorge da Preta tocava bateria, a Rosemary dançava e a gente aplaudia. Também tinha defeitos...
E como eu sou cheia de defeitos, vou parar pra pensar...


                Izaída Stela do Carmo Ornelas.


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