Há algum
tempo, numa palestra do Murílio Domiciano, ouvi que o tipo de amor mais parecido
com o amor de Jesus por nós é o amor de mãe: aquela mãe que ama a seu filho
mais que a si mesma! Comecei a comparar e não parei de pensar – e de me cobrar.
Afinal, se devo amar meus semelhantes com amor de mãe, é preciso que eu aja
como se fosse mãe.
Aprendemos
dentro de casa que “passar a mão na cabeça” não é uma boa prática. E quantas
vezes deixamos de ser mães em sociedade. Isso parece ter se perdido com o
tempo... Quando éramos crianças, nossas mães se preocupavam em educar também
nossos amigos, chamavam atenção, corrigiam. As mães de nossos amigos, por sua
vez, também zangavam conosco sempre que era preciso. Elas davam conselhos, se
preocupavam com a gente. Havia amor nisso tudo. E isso se perdeu. Ficamos menos
humanos, menos família, menos... Menos...
Mãe é mãe. Seu
amor faz com que ela não se incomode em receber uma resposta inapropriada: ela
diz o que pensa ser melhor, ela age da forma que acha melhor. A mãe perdoa, sem
traços de mágoa. Acolhe sempre e acredita em dias melhores, em comportamentos
melhores, em sermos melhores. Tudo a ver com Jesus!
Preconceito é
uma palavra que as mães desconhecem. Apenas sofrem. Nunca um filho deficiente
foi menosprezado, nem um homossexual foi rechaçado pelo amor de uma verdadeira
mãe.
A voz materna que
ensina está carregada de amor, por isso é humilde em sua cobrança, sábia em seu
ensinamento, sincera e verdadeira. Por isso, comove. A persistência materna não
permite que ela desista, do mesmo jeito que não devemos desistir de nossa
sociedade, de nosso próximo difícil, de nosso conhecido rebelde... Por Jesus,
somos todos família. Somos filhos, pais, irmãos... A grande família humana.
Ontem, na
saída do trabalho, vi uma mocinha jogando um papel de bala no chão, displicente.
Não falei nada. Me senti uma chocadeira (para não dizer madrasta, e não ofender
as boadrastas)! Se fosse minha filha, aquele papel não ficaria ali no chão!
Quando um filho faz alguma coisa errada, alertamos, corrigimos, colocamos de
castigo! Não se trata de humilhar a pessoa, chamando a atenção pra aparecer.
Não é pra magoar, mas pra educar. Porque o sentimento que move a mãe é a
vontade que o filho evolua, cresça, aprenda...
Ao chegar em
casa, fiz uma prece por aquela mocinha. Isso é ação de mãe. Pelo menos...
Izaida Stela
do Carmo Ornelas
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