Foto: Jornal O Impacto
As
recentes pichações em Divino me deixaram cheia de saudades. De novo. Saudades
de quando o Sr. Valdir tomava conta do jardim. Foi bem lembrado pela minha
amiga Ana Cristina o quanto ele cuidava das coisas e da gente!
Se
a gente sentasse com os pés em cima do banco, lá vinha ele... Quando andávamos
de bicicleta de maneira perigosa, éramos convidadas a parar. Algumas vezes ele
nos dava um baita “galope”, sem perder o chapéu. Se algum de nós aprontasse,
ele fazia questão de nos acompanhar até em casa e nos “entregar” pessoalmente.
Nessas ocasiões, era sempre muito bem recebido em nossas casas, relatava nossas
peripécias e nossos pais ficavam lhe devendo obrigação! Se fosse hoje... Alguns
pais... deixa pra lá...
Quanto
devemos a ele! Quanto reconhecimento pelo cuidado que ele tinha! Ele cuidava
tanto dos bancos e das plantas, quanto das crianças e jovens! Quanta diferença
das pessoas de hoje em dia! As pessoas de hoje se importam mais com o material:
o salário, o prejuízo, a pintura estragada... Na verdade, funcionava mais
quando se preocupavam com o trabalho bem desempenhado, com o lucro moral e com
a consciência tranqüila...
A
pichação reflete nossa falta de cuidado com os jovens e com as coisas. Estamos
sendo muito omissos. Nada é da nossa conta... E vivemos de braços cruzados! Na
frase em inglês, estampada no chafariz, pode-se ler: “Plant more green”.
Traduzimos como sendo “plante mais verde”. Sr. Valdir não faria essa tradução.
Ele ia ler: “Eduquem melhor as crianças”!!!
Nossos
pais confiavam nele e quase nunca relutavam em nos deixar brincar na praça,
pois sempre tinha a pessoa zelosa do Sr. Valdir de olho na gente. Muitas vezes
tentamos esconder seu guarda-chuva, quando ele o deixava pendurado em algum
galho. Sem chance. O velho era mesmo esperto!
O
cuidado dele está gravado, ou melhor, está pichado em minha memória. O chapéu e
o guarda-chuva. Quase Carlitos.
Izaída
Stela do Carmo Ornelas
Nossa, li e estou extremamente emocionada, agradeço o carinho e por isso Amo tanto Divino, sempre chamava da pracinha do vô, um excelente vô que convivi muito pouco. Suas palavras encheram meu coração de saudades e agradecimento, queria te dar um abraço pessoalmente quando estiver ai. A praça falta mesmo as plantas de antes, a fonte e tudo mais que lembra infância, ingenuidade e muito amor, lembranças guardadas no meu coração e dos meus irmão, primos e amigos. O que posso dizer, muito obrigada por fazer meu dia mais feliz.
ResponderExcluirQue bom que seu dia ficou feliz! Que todos os seus dias sejam de luz e paz!
ExcluirBons tempos, boa educação e bom respeito pelo próximo e pelo patrimônio, lamentável onde essa juventude quer chegar.
ResponderExcluirObrigado por todos os que me ajudaram a ser o que sou hoje.