quinta-feira, 17 de junho de 2010

MEDO MAIOR

Devido à repercussão da matéria Direitos, Deveres e Dignidade, publicada no site do jornal O Impacto, venho a público confessar meu medo maior: o de que a classe docente, na qual me incluo sob o MASP. 533158-2, entre num estágio degenerativo sem precedentes.

Uma série de outros exemplos – tristemente verdadeiros - de atos incompatíveis à importância do magistério me chegou ao conhecimento, no decorrer do diálogo com os leitores acerca da matéria. Tais maus exemplos estão na boca de todos, mas não podem estar no papel. Por quê? Não deveriam estar é no cotidiano das escolas, nas vidas de tantas crianças que têm seu futuro mutilado! “Ao vivo”, escandalizam muito mais!

Práticas incorretas precisam ser – de forma imparcial - identificadas, revistas e banidas!

Nesse sentido, conclamo a comunidade a promover uma urgente revitalização ética e moral, que exclua qualquer possibilidade de comparação pejorativa – presente ou futura – entre o professorado e os políticos. Já imaginaram que, daqui a algum tempo, pode ser necessário que a sociedade promova um “Ficha Limpa” dentro da educação? Então vamos impedir que isso aconteça. E para isso, não podemos “varrer a sujeira para debaixo do tapete”!

O enfoque principal está no combate ao “mau jeitinho brasileiro”, pelo qual se tem que “levar vantagem em tudo”, burlar a lei e prejudicar o próximo. Pessoalmente, me sinto humilhada por tais ações; tanto como mãe, quanto como professora. Para o enfrentamento da questão, não se pode assumir a postura do macaquinho que não vê, não escuta e não fala: porque o macaquinho pensa!

Tenho medo da omissão, que encobre os maus profissionais. Tenho medo da falta de diálogo, que é improdutiva. Tenho medo de quem não tem coragem de admitir e tratar erros, sejam éticos, sejam pedagógicos, quaisquer que sejam. Porque em todas estas (in)ações está a falta de amor...

Se dou importância à educação, é porque acredito estar na escola a panacéia para nossos males sociais. E continuo afirmando que o descaso da mídia é patente. Um exemplo basta: quando o Jornal Nacional escolheu veicular uma matéria sobre quem é o cabeleireiro do Robinho (24/05), ao invés de noticiar a greve. Neste episódio, percebemos claramente o que é colocado como importante...

Triste constatar que a sociedade dá mais importância ao dinheiro do que a seus filhos. Tanto que os cuidadores de papel, chamado dinheiro, são melhor remunerados que os formadores das novas gerações, que tomam conta do futuro da humanidade. Um sujeito de outro planeta se espantaria com o fato! Disso é feito o surrealismo. De espanto e de hipocrisia.

Ressalto o juramento de formatura das antigas Escolas Normais:



Prometo, no exercício do Magistério, cumprir os deveres a ele inerentes, conduzindo-me dentro dos princípios da sabedoria e do respeito à pessoa humana, na formação do educando, despertando nele a consciência dos valores que conduzem à grandeza do Brasil e à elevação moral e social da humanidade.”



Muitos cumprem; alguns sem ter sequer prometido. Vamos resgatar os outros?

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