sexta-feira, 14 de maio de 2010

ÉRAMOS SEIS: teoria da matemática

Éramos seis as netas de Raimundo e Ana. E nunca havíamos contado...
Dias atrás, quando perdemos Patrícia de forma tão trágica, é que fizemos a conta.
Sobramos Maria Angélica, Flávia, Érika, Mariana e eu.
Deve ser por isso que tanta gente não gosta de matemática: as contas...

CONTAS


Contas. Coisas a pagar, coisas que devo ao mundo e a muitos que já não são deste mundo.
Contos que eu conto, tu contas, ele canta... E a vida se colore, a distância se encolhe, o corpo amolece enquanto a alma escuta.
Pessoas que contam, afinal de contas. Momentos que contam e que emolduram nossa existência como se fossem contas.
Verdes, azuis, cristalinas. São as contas do colar de toda uma vida.
Coisas que conto.
Contas que contam.


NOVAS CONTAS


Eu conto...
Tu contas...
E com as contas feitas das palavras que escolhemos, teço meu colar.

Palavras contam...
Sorrisos contam...
O que conta para mim?
O que conta para você?

E as pequeninas contas do colar passam a fazer sentido
A fazer-se sentir
Tornam-se grandes

E as contas que tecemos rotineiramente
Matematicamente
Logicamente
Nos expõem ao ridículo
Libertador.

O que conta?
Quem conta?
Onde conta?
E o colar se parte, fragmentado em mil brilhantes contas...

O que importa contar
É a conta (do) que se faz enquanto o dia é contado.

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